A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) comemora hoje a vigência do Acordo de Paris como uma iniciativa importante para o mundo e, em especial, para o Brasil, onde políticas de baixo carbono devem se tornar prioridades do Estado.
Em 2015, durante a Conferência do Clima (COP21), realizada na capital francesa, 195 países assinaram o Acordo para contribuir de forma mútua com a redução das emissões de gases de efeito estufa até 2030 e, desta forma, frear o aquecimento do planeta. O Congresso Nacional ratificou o compromisso do Brasil no dia 12 de setembro deste ano, estabelecendo a meta geral de redução 43% das emissões domésticas de gases de efeito estufa (GEEs).
Diante disso, o setor sucroenergético brasileiro terá um papel fundamental no cumprimento dessa meta, já que o País pretende atingir, nos próximos 14 anos, a participação de 18% de biocombustíveis na matriz energética, entre etanol e biodiesel. Para o mercado de etanol, isso significa produzir até lá aproximadamente 50 bilhões de litros frente aos 28 bilhões de litros registrados na última safra (2015/2016). Também está previsto aumentar de 10% para 23% o uso de energias renováveis (eólica, solar e biomassa) na matriz elétrica.
“Esperamos que a Conferência do Clima deste ano, a COP22, em Marrocos, marque um detalhamento das estratégias dos países envolvidos para viabilizar a implementação desses compromissos. Temos a convicção de que nosso governo está empenhado em criar mecanismos de apoio a todos os mercados envolvidos em sua meta”, enfatiza Farina.
Nesse sentido, uma das iniciativas do governo brasileiro é a criação da Plataforma para o Biofuturo como um sistema para desenvolver e consolidar globalmente biocombustíveis de segunda geração, combustíveis avançados de baixo carbono e biorefino.
Hoje, o Brasil utiliza apenas 0,5% do território nacional para produzir etanol, que emite até 90% menos GEEs em comparação à gasolina. A biomassa da cana-de-açúcar (etanol e bioeletricidade) é responsável por 16% da matriz energética nacional, representando 40% de toda a energia renovável ofertada internamente.
Segundo projeções da UNICA, para aumentar a capacidade de produção do biocombustível será necessário garantir investimentos na ordem de US$ 40 bilhões, aporte que, inclusive, vai gerar mais 750 mil novos empregos. “Para o Brasil isso é um sinal de avanço sustentável e econômico. Para o setor sucroenergético significa também retomar seu ritmo de crescimento, que ficou para trás há seis anos”, afirma Farina.