Luanda- O ambientalista Álvaro Wuebo defendeu na terça-feira, em Luanda, o uso no país de materiais ecológicos na edificação de moradias sociais, por serem menos agressivos ao ambiente e oferecer melhor conforto térmico.
Falando sobre “Vantagens da construção sustentável nas regiões tropicais”, o especialista referiu, à semelhança de outras régiões de África, que Angola é muito quente e este tipo edificações oferecem melhor qualidade de vida dos seus moradores, além de utilizar materiais e técnicas que garantam uma maior eficiência energética.

 
Explicou que uma edificação sustentável começa antes da construção com a escolha de materiais menos agressivos, duráveis e que exijam o mínimo de impacto possível para a sua obtenção.
 
Tais materiais, segundo o ambientalista, podem ser reciclados como matéria prima e que podem ser classificados em dois tipos, nomeadamente, pós-industrial (quando é proveniente de resíduos industriais) e pós-consumo (tijolos, madeira e outros entulhos vindos de demolições).
 
Ainda na fase de pré-construção, de acordo com a fonte, é importante que se faça uma análise do cíclo de vida do empreendimento e dos materiais usados, bem como um estudo do impacto ambiental da construção.
 
A realização de um planeamento da gestão dos resíduos que serão gerados e melhor forma de utilização do material, além do que a planta deve ser planeada de modo que aproveite o máximo possível dos recursos naturais disponíveis, como ventilação e luminosidade natural, são, de acordo com o especialista, entre outras, regras a serem observadasr neste tipo de edificação.
 
Indicou também que durante a construção devem ser adoptados cuidados para evitar o desperdício de materiais e se reaproveitar o máximo possível, porque, segundo ele, além de gerar ganhos ambientais com minimização do uso de matérias-primas gera ganhos económicos para o dono da obra que economizará com materiais.
 
“Quando finalizada a obra devem ser observados os cuidados necessários à destinação dos resíduos da construção e em todas as etapas devem ser utilizados materiais não tóxicos, condenados por qualquer padrão de construção sustentável, como o amianto, chumbo e alumínio.
 
Fez saber que a construção sustentável não é uma ideia nova, porque países como EUA, Japão e os da Comunidade Europeia já criaram incentivos para os empresários ou pessoas comuns que optem por construções ecologicamente correctas.
 
Nos EUA, por exemplo, não existe um programa nacional para o incentivo da construção sustentável, porém, já existem alguns padrões reconhecidos internacionalmente como a “LEED” (Leadership in Energy and Environmental Design), a “Green Build Initiative” e o “Archicteture 2030” cada um com os seus próprios padrões de construções sustentáveis.
 
Em Angola, de acordo com o interlocutor da Angop, a iniciativa da construção ecológica só se verifica no sector hoteleiro.
 
Fonte: Angop