Angola devia privilegiar o uso de materiais ecológicos na edificação de moradias sociais, por serem menos agressivos ao ambiente e oferecerem melhor isolamento térmico, defendeu ontem em Luanda o ambientalista Álvaro Wuebo.
Em declarações à Angop, o especialista referiu que à semelhança de outras regiões de África, Angola é um país muito quente e este tipo de construção oferece melhor qualidade de vida aos moradores, além de exigir materiais e técnicas que garantem  maior eficiência energética.
Álvaro Wuebo explicou que a construção de uma habitação sustentável começa com a escolha de materiais menos agressivos e duradouros. 
Segundo o ambientalista, os materiais podem ser reciclados e classificados em dois tipos, nomeadamente, pós-industrial, quando é proveniente de resíduos industriais, e pós-consumo, como tijolos, madeira e outro entulho de demolições.

Na fase de pré-construção, de acordo com o especialista, é importante fazer uma análise do ciclo de vida do empreendimento e dos materiais usados, e um estudo do impacto ambiental.
Outras regras a observar neste tipo de construção, acrescentou, é o planeamento da gestão dos resíduos gerados e a melhor forma de utilização do material. A par disso, sublinhou, a planta deve ser feita de modo a aproveitar o máximo possível dos recursos naturais disponíveis, como a ventilação e luminosidade natural. 
André Wuebo referiu que durante a construção devem ser tomados cuidados para evitar o desperdício de materiais, “porque além de gerar ganhos ambientais com a minimização do uso de matérias-primas, há ganhos económicos para o dono da obra”. “Quando concluída a obra, devem ser observados os cuidados necessários ao destino dos resíduos da construção e em todas as etapas devem ser utilizados materiais não tóxicos, condenados por qualquer padrão de construção sustentável, como o amianto, chumbo e alumínio”, referiu.
O especialista acrescentou que a construção sustentável não é uma ideia nova. Países como os EUA, Japão e da Comunidade Europeia já criaram incentivos para os empresários ou pessoas comuns que optem por construções ecologicamente correctas. Nos EUA, por exemplo, não existe um programa nacional para o incentivo da construção sustentável, porém, já existem alguns padrões reconhecidos internacionalmente como a LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), a Green Build Initiative e o Archicteture 2030.
Por enquanto em Angola, de acordo com o ambientalista, a construção ecológica só se verifica no sector hoteleiro.