A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) deve iniciar na primeira quinzena de dezembro a perfuração de poços em áreas ainda não concedidas no pré-sal. O objetivo é mapear 5 bilhões de barris em reservas que serão vendidas pelo governo à Petrobras, no processo de capitalização da estatal.

O diretor-geral da agência, Haroldo Lima, disse ontem que dois locais que serão explorados estão praticamente definidos. Sem precisar a área dentro do pré-sal, ele limitou-se a informar que os poços a serem perfurados estão na área de São Paulo, na bacia de Santos.

“Nossa ideia é que as operações comecem na primeira quinzena de dezembro. A ideia não é facilitar a unitização (acordo entre vários concessionários de uma área de exploração) com um campo que tenha uma quantidade menor de petróleo. Nossa ideia é encontrar local que tenha muito petróleo. Precisamos somar 5 bilhões de barris”, afirmou, antes de fazer palestra na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Inicialmente, pensa-se em furar dois poços, sendo que a perfuração do segundo vai depender dos resultados obtidos na primeira exploração. O processo deverá custar entre R$ 400 milhões a R$ 500 milhões, disponibilizados pelo governo por meio de autorização especial para pesquisa e desenvolvimento. A exploração será feita por duas sondas repassadas pela Petrobras.

Em relação a leilões futuros, Lima disse esperar que o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) autorize, ainda em 2009, a realização da 11ª Rodada. A ANP já enviou uma relação de blocos, a serem definidos pelo conselho, que poderão ser incluídos na concorrência.

De acordo com Lima, foram selecionadas áreas em todo o país, inclusive no mar. A exceção fica por conta de blocos na região do pré-sal, cuja nova legislação ainda está sendo apreciada pelo Congresso. Sobre blocos já leiloados na 8ª Rodada, suspensa no decorrer do certame por decisão judicial, Lima indicou que só haverá definição sobre a assinatura dos contratos assim que as regras para o pré-sal estiverem definidas. Ele disse ainda que está havendo pressão, por parte das empresas vencedoras, para definir a questão. “Ontem mesmo recebi algumas na ANP.”

Folha de São Paulo