Não seria exagero dizer que os funcionários do Aquário Municipal de Santos estão de luto. Tristeza que comprime um pouco o coração de cada santista, ao saber que o lobo marinho Macaezinho morreu no domingo (13/04). “Os leões e lobos marinhos do Aquário são uma tradição em Santos, como se fossem animais de estimação da cidade, com que nos acostumamos a conviver desde crianças ”, comenta o prefeito João Paulo Papa, procurando explicar a consternação de seus munícipes.

Substituto do leão marinho Macaé, do qual herdou o nome, Macaezinho encantou gerações de santistas e turistas. A equipe de médicos veterinários do equipamento – segundo parque mais visitado no Estado de São Paulo – diagnosticou como principal causa da morte uma doença hepática (disfunção do fígado).

Ele chegou ao Aquário em 1995, com pouco mais de um ano de idade, e viveu por cerca de 19, mais do que a média dos animais na natureza, que é de aproximadamente 14 anos. Talvez até pudesse durar mais. O curioso é que só começou a apresentar problemas de saúde 15 dias após a morte da fêmea Alegra, em janeiro deste ano, que sofreu um colapso cardiorrespiratório.

Coincidência ou romantismo, o lobo marinho morreu menos de 100 dias após a companheira, com que dividia o tanque de 370 mil litros.  “Muitas vezes o stress de situações de perda traz à tona condições sub-clínicas que estavam de alguma forma estabilizadas”, explica a médica veterinária Cristiane Lassálvia.

O treinador Renato Lopes de Oliveira, que trabalha há 30 anos no parque,  tinha contato direto com Macaezinho. Apesar de ser um animal selvagem, que pesa em torno de 110 quilos, ele reconhecia a voz do treinador, deixava-se  tocar, cuidar e obedecia aos seus comandos. Renato esteve com o lobo marinho  em suas horas finais. Desnorteado, foi orientado a ir para casa.

Aos críticos da conservação de animais em cativeiro, Cristiane revela que, por alguma razão, quando chegou ao Aquário Macaezinho havia deixado de seguir o grupo para obter alimento. “Ele cumpriu um papel muito importante na educação ambiental de toda sociedade. Os aquários e orquidários são janelas emocionais para as pessoas, onde elas podem observar, conhecer e respeitar os seres da natureza ”, afirma a médica veterinária.

A idéia é taxidermizar o lobo marinho e homenageá-lo contando sua história numa publicação, possivelmente um gibi para a garotada. A equipe do Aquário pretende colocar no tanque outro animal de grande porte. Enquanto isso não é possível, uma das alternativas é ocupá-lo com algumas lontras que hoje se encontram no Orquidário.

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