O programa Petrobras Cultural destinará, pela primeira vez, recursos às chamadas artes digitais e eletrônicas, que receberão, junto com o cinema e a música, R$ 42,3 milhões na primeira fase do projeto de apoio da estatal, lançado na última segunda-feira (29).

Em 2008, a Petrobras aportou R$ 205 milhões. A maior parte (R$ 166 milhões) dos recursos, oriundos da Lei Rouanet, que permite à empresa a dedução de 4% do Imposto de Renda devido. Até o fechamento desta edição, a Petrobras não informou o orçamento do programa para 2009.

Por meio de seleção pública, a Petrobras escolheu projetos de artes digitais do Rio, do Distrito Federal, do Rio Grande do Norte e de Minas Gerais. Entre os beneficiados, estão dois festivais de cinema na internet e um de videodança.

Eliane Costa, gerente de Patrocínios da empresa, disse que a companhia está cada vez mais inserida nas plataformas digitais. Citou a criação do blog Fatos e Dados, que divulga, entre outros textos, as respostas integrais da empresa à imprensa. Por conta disso, afirma, a companhia decidiu apoiar esse flanco da cultura.

Na área de distribuição de filmes, a estatal mesclou apoios a diretores consagrados, como Eduardo Coutinho (“Edifício Master”) e iniciantes. Dois parentes de Glauber Rocha –o filho Erik Rocha, com “Pachamama”, e a viúva Paula Gaitán, com “Diário de Sintra”– contam com o patrocínio da empresa.

Na música, a novidade é que o gênero clássico recebeu mais apoio do que o popular. Entre os festivais de clássicos, estão o de Inverno de Petrópolis (RJ) e o Festival Villa-Lobos, em Tangará da Serra (RJ).

Todos os projetos foram escolhidos por comitês técnicos, que analisam as propostas e as enviam a uma comissão, que referenda os selecionados.

O investimento recorde em cultura da Petrobras ocorreu em 2006: R$ 286 milhões.

Pedro Soares
da Folha de S.Paulo, no Rio