Após investigar campos de exploração de madeira na África, a artista Angela Palmer recolheu troncos e raízes de árvores de florestas virgens para compor a exibição “Floresta Fantasma” no centro de Londres.

Palmer planeja levar o material recolhido no oeste de Gana para a capital britânica, onde será distribuído ao redor da coluna de Nelson, na Trafalgar Square. O monumento mede pouco mais de 50 metros –aproximadamente a mesma altura que teriam as árvores caso ainda estivessem vivas.

O projeto prevê que o ponto alto da exibição ocorra à noite, quando uma fonte verde luminosa projetará imagens simuladas de árvores ainda em pé e em seus habitats naturais.

Com a exibição, a artista diz esperar contribuir para a conscientização sobre a devastação das florestas tropicais por meio da arte, e não de gráficos e análises.

“Acredito que a arte é um poderoso recurso visual, capaz de provocar uma meditação profunda no que diz respeito à vulnerabilidade do mundo”, disse Palmer à BBC Brasil.

Desmatamento
A exibição conta com o apoio das autoridades de Gana, que –depois de perder aproximadamente 90% de suas florestas primárias nos últimos 50 anos– tornou-se o primeiro país africano a assinar um acordo com a União Europeia que proíbe a exportação de madeira virgem.

O material utilizado pela artista foi recolhido de árvores caídas naturalmente devido a condições climáticas adversas. Segundo Palmer, como as florestas representam os “pulmões do mundo”, essa foi a maneira que encontrou para ilustrar a mudança climática causada pelo desmatamento.

A previsão é de que a “Floresta Fantasma” seja exibida em Londres de 15 a 22 de novembro. Em seguida, a artista espera que a mostra viaje para Copenhague (Dinamarca), onde será realizada, em dezembro, a conferência das Nações Unidas sobre o aquecimento global.

“Minha intenção é de que, durante os cinco últimos dias da conferência de Copenhague, um lenhador corte os troncos dessas árvores em milhares de pedaços para que sejam dados de lembrança aos mais de 8 mil representantes de 192 países que estarão presentes”, afirma Palmer.

Folha de São Paulo