Encontrar um modo sustentável de substituir os combustíveis fósseis é um desafio imenso. O químico Yu-Guo Guo decidiu adotar uma abordagem minimalista. Medidas na escala de bilionésimos de metro, as nanoestruturas inventadas por ele poderiam transformar as baterias de íon-lítio dos veículos elétricos, permitindo que elas sejam menores, mais potentes e menos caras do que agora.

“Há necessidade de fontes de energia para dispositivos elétricos”, diz Guo. “Os combustíveis fósseis não podem satisfazer a demanda crescente, e suas emissões de carbono são motivo de preocupação ambiental.”

Os veículos elétricos (VEs) atendem aos requisitos de preservação ambiental, mas resta o desafio de se construir baterias melhores. Elas são a parte mais importante e dispendiosa desses veículos. As baterias capazes de mover carros por longas distâncias continuam sendo muito pesadas, caras e ineficientes. Os fabricantes de baterias adotam um pó de fosfato de ferro-lítio para deixá-las mais seguras e estáveis e dotá-las de melhor condutividade, mas esse pó se dispersa com facilidade, tornando seu uso problemático e dispendioso.

A proposta de Guo é o uso de nanopartículas. O fosfato de ferro-lítio é capturado em carbono poroso, de modo a tornar o pó mais estável e aumentar sua condutividade. As partículas absorvem e armazenam vasta quantidade de íons de lítio, melhorando tanto a capacidade como a saída de energia da bateria. “Comparada com as baterias de íon-lítio, essa tecnologia permite que novas versões sejam recarregadas em minutos, com a mesma rapidez com que se reabastece de gasolina um carro”, diz ele. “As baterias avançadas recuperam mais energia quando os carros param. Com isso, garantem maior autonomia aos veículos.”

por Susan Daugherty

Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL