Levantamento elaborado pelo Programa Água Brasil revelou dados surpreendentes sobre o manejo de resíduos sólidos em Belo Horizonte: apenas 2,65% do total de materiais recicláveis presentes no lixo são efetivamente aproveitados. Todo o resto vai para o aterro sanitário. Se tudo fosse absorvido, geraria receita de cerca de R$ 77,6 milhões ao ano.

Para enfrentar o problema, o Programa Água Brasil desenvolve ações de consumo responsável e reciclagem em Belo Horizonte, além de apoiar as organizações de catadores, Prefeitura e Governo do Estado para melhorar o serviço de coleta seletiva.

A questão da coleta em Belo Horizonte está em discussão na cidade desde esta quinta-feira (3), até sexta (4), no Centro Mineiro de Referência em Resíduo (av. Belém, 40, bairro Esplanada). Lá, se realiza a Oficina Participativa para a Construção do Plano de Coleta Seletiva para o município, reunindo representantes das organizações de catadores, prefeitura municipal e governo do Estado, além dos representantes das instituições que integram o Programa Água Brasil.

Segundo a chefe do Departamento de Programas Especiais da SLU, Aurora Pederzoli, a prefeitura recebe o Programa Água Brasil com muita expectativa. “Com este aporte, vamos torcer para que consigamos garantir a autogestão da organizações de catadores”, disse.

“Estamos estudando maneiras de ampliar a coleta seletiva. Precisamos avançar. Temos uma Copa pela frente, quando seremos vitrine para o mundo”, lembrou o representante da Secretaria de Meio Ambiente da prefeitura de Belo Horizonte, Weber Coutinho.

O diretor do Centro Mineiro de Referência em Resíduos, José Aparecido Gonçalves, lembra que é importante discutir a sustentabilidade econômica da atividade. Para isso, de acordo com ele, é necessário fortalecer a política pública para o setor. “O legado que queremos deixar é uma política que efetivamente contemple os catadores como agentes fundamentais neste processo”, disse.

“O aproveitamento integral dos resíduos recicláveis é uma exigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada no ano passado, e à qual todos os municípios brasileiros precisam se adaptar. Os desafios para uma mega cidade como Belo Horizonte são imensos”, adianta Fábio Cidrin, coordenador do Programa Educação para Sociedades Sustentáveis do WWF-Brasil.

Além de Belo Horizonte, integram o grupo que recebe as ações do Água Brasil os municípios de Caxias do Sul (RS), Natal (RN), Pirenópolis (GO) e Rio Branco (AC). Nestas cidades, as organizações parceiras estimulam a mudança de comportamento e valores em relação à produção e destino dos resíduos sólidos e disseminam os princípios do consumo responsável.

fonte: WWF