Governo federal inaugura na COP 22, no Marrocos, espaço para divulgar as políticas ambientais brasileiras para conter o aquecimento global.
LUCAS TOLENTINO
Enviado especial a Marrakech
A liderança brasileira na agenda ambiental será reforçada perante a comunidade internacional. O governo federal inaugurou terça-feira (08/11), o Espaço Brasil na 22ª Conferência das Partes (COP 22) sobre mudança do clima, que ocorre até o fim da próxima semana em Marrakech, no Marrocos. A área é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e a Agência Nacional de Águas.
As medidas já em curso para o alcance das metas brasileiras estarão entre os principais assuntos que serão abordados no espaço. O diretor de Mudanças Climáticas do MMA, Adriano Santhiago, destacou ações como o combate ao desmatamento na Amazônia e a promoção do desenvolvimento sustentável em território brasileiro. “Há muitas ações também em setores como adaptação à mudança do clima e meios de implementação”, acrescentou.
A geração de energia limpa no país também está na pauta das discussões encabeçadas pelo País. “O Brasil se orgulha de sua matriz energética extremamente renovável”, declarou o subsecretário-geral de Meio Ambiente do Itamaraty, embaixador José Antonio Marcondes de Carvalho. Segundo ele, o incentivo às ações relacionadas ao setor de mudança do uso da terra e o incentivo a uma agricultura de baixo carbono também são temas importantes que serão divulgados para a comunidade internacional.

DEBATE
A programação inclui reuniões e palestras com os diversos setores governamentais envolvidos com a pauta ambiental e com a iniciativa privada e a sociedade civil. No primeiro debate, realizado nesta terça-feira (08/11), o MMA discutiu a implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil com representantes do Observatório do Clima, do Instituto Clima e Sociedade e do World Resources Institute (WRI).
A NDC brasileira é a meta que o País assumiu para fazer a sua parte frente ao aquecimento global: reduzir 37% das emissões de carbono até 2025, com indicativo de chegar ao corte de 43% em 2030. Por mais que ela tenha o ano de 2020 como marco inicial, Adriano Santhiago ressaltou que o Brasil já tem desenvolvido ações que acelerarão esse processo. De acordo com ele, todos os setores da sociedade participarão da construção da estratégia de implementação dessas metas.
A COP 22
Reunidos em Marrakech até o fim da próxima semana, representantes de mais de 190 países negociam os detalhes do pacto em que se comprometem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa para evitar o aquecimento do planeta. No ano passado, quando concluíram o Acordo de Paris, eles concordaram em garantir esforços para combater a mudança do clima. Agora, a partir da COP 22, é a hora de fazer a chamada regulamentação desse Acordo.
Até o momento, 103 países já transformaram as metas assumidas internacionalmente em leis nacionais. Juntos, esses objetivos precisam ser capazes de manter o aumento da temperatura média global a bem abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais e garantir esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC. O Acordo de Paris prevê, ainda, um financiamento coletivo para a implementação dessas ações e a revisão periódica das metas de cada país.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente