Em Puerto Vallarta, País triunfa nas classes J24, Snipe, Sunfish e RS-X masculina e feminina

 

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Alexandre do Amaral, medalha de ouro na Snipe - Luiz Pires/Divulgação
Luiz Pires/Divulgação
Alexandre do Amaral, medalha de ouro na Snipe

GUADALAJARA – A vela rendeu ao Brasil cinco medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, duas a mais do que no Rio 2007. Nas raias de Puerto Vallarta, cidade litorânea que recebeu a modalidade, as embarcações brasileiras saíram vitoriosas nas classes RS-X masculina e feminina, na J24, na Snipe e na Sunfish após a medal race, regata que vale o dobro de pontos, realizada neste domingo. O País conquistou ainda uma prata e um bronze, somando sete medalhas nas nove classes disputadas no México – no Rio foram sete pódios, com mais duas pratas e dois bronzes.

Dois ouros já estavam antecipadamente garantidos. Na Sunfish (Matheus Dellagnello) e na RS-X feminina (Patrícia Freitas) os brasileiros já haviam assegurado a medalha dourada com um dia de antecedência. Mesmo assim, venceram a medal race, neste domingo, para não deixar dúvidas das conquistas do Brasil.

O terceiro ouro do Brasil na vela do Pan veio na classe J24, com Maurício Santa Cruz, Alexandre da Silva, Guilherme Hamelmann e Daniel Santiago. Eles entraram na medal race com três pontos a mais que o barco norte-americano, mas conseguiram reverter a desvantagem ao chegarem em terceiro na 11.ª e última regata da competição e verem os rivais terminarem em quinto. Os brasileiros ficaram com 26 pontos perdidos, um a menos que o barco dos EUA. “As condições estavam muito duras, com ventos fracos, e o americano estava com um pouquinho mais de velocidade do que a gente”, contou Santa Cruz. O classe já havia dado ouro ao Brasil no Rio.

Ricardo Winicki, o Bimba, também repetiu o ouro conquistado no Rio, ao vencer a classe RS-X masculina. Ele chegou à última regata na liderança e confirmou o ouro com a primeira colocação na medal race. Terminou a competição com 15 pontos perdidos ante 21 do argentino Mariano Reutemann. Tricampeão pan-americano, o velejador brasileiro diz que esta foi sua conquista mais emocionante, uma vez que desde novembro do ano passado não subia ao pódio de uma competição importante. Conta que o atual fornecedor das pranchas não tem distribuído produtos de boa qualidade, o que exigiu que buscasse patrocinadores para investir em equipamentos para melhorar a performance. “Estou de volta aí!”, avisou.

Na última classe encerrada neste domingo, a Snipe, veio o quinto ouro do Brasil na vela. Gabriel Borges e Alexandre do Amaral chegaram à medal race atrás da embarcação dos EUA, mas precisavam apenas chegar na frente dela nesta última regata para ficar com o ouro. Conseguiram a medalha dourada ao chegarem em terceiro na medal race, uma posição à frente dos norte americanos. No Rio, a classe também havia sido responsável por uma medalha de ouro para o Brasil. “Foi resultado de muito trabalho, a gente vem se dedicando há bastante tempo”, explicou Gabriel.

Bernardo Arndt e Bruno Oliveira conquistaram a medalha de prata na Hobie Cat 16 ao completarem a medal race na segunda posição. Ao fim das 11 regatas, eles tiveram 27 pontos perdidos, um a mais do que o barco de Porto Rico, que ficou com o ouro.

Na classe Lightning, os brasileiros Cláudio Biekarck, Marcelo da Silva e Gunnar Ficker completaram a última regata na quarta colocação e ficaram com a medalha de bronze, assim como no Rio. Ao fim, Biekarck se desculpou de forma tocante. Nas oito edições de Pan nas quais defendeu o País, ganhou medalha em todas. Para os Jogos de Guadalajara, conta que recebeu ajuda financeira apenas para participar das competições classificatórias para o evento, pois sua classe não é olímpica. “Tomamos uma punição por causa da reclamação de um barco chileno que nos tirou a prata e talvez até o ouro”, lamentou. O Chile ficou com o ouro e os Estados Unidos com a prata.

Na Laser, Bruno Silva decepcionou. Quinto colocado do ranking mundial, o brasileiro chegou à medal race com condições de ser medalhista de prata – precisava apenas chegar à frente dos rivais pela medalha. Mas terminou a regata na quinta e última posições, chegou aos 49 pontos perdidos, e acabou apenas na quinta colocação geral, sete pontos acima do guatemalteco que ficou com o bronze.

Outra classe que o Brasil ficou sem medalhas foi a Laser Radial. Adriana Kostiw (bronze no Pan de quatro anos atrás) nem participou da medal race deste domingo e terminou a disputa do Pan na 11.ª colocação.

 

Fonte: ESTADÃO