Brasília (DF) – Na última sexta (13), a sede do WWF-Brasil foi palco de uma reunião da Rede Brasileira da Carta da Terra. A entidade passou a integrar o movimento durante a Cúpula dos Povos da Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro. Uma série de encontros será realizada até o fim do ano, quando acontecerá uma conferência nacional sobre o tema.

A rede nacional é formada por mais de 30 entidades da sociedade civil, empresários e governos, dedicadas a chamar a atenção para a importância da carta e a organizar a sociedade civil para demandar que os princípios do documento passem a fazer parte das políticas públicas e da legislação brasileiras.

“A Rede Brasileira reforçará o trabalho mundial pela difusão e implantação dos valores da Carta da Terra como alternativa à crise do atual modelo civilizatório”, disse o conselheiro do Instituto Alternativa TerraAzul, Pedro Ivo de Souza Batista.

O texto da Carta da Terra começou a ser discutido na Rio92 e traz princípios globais voltados para a sustentabilidade ambiental, a democracia, a paz e a justiça social.

Um dos trechos afirma que “Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis”.

No evento de lançamento da Rede Brasileira, em junho, o teólogo e membro da Comissão Internacional da Carta da Terra Leonardo Boff lembrou que o documento “é fruto da maior consulta que já se fez no mundo. Ela não veio das instâncias burocráticas, mas nasceu do grito da terra, dos quilombolas, dos indígenas, de todos os movimentos sociais do mundo”.

“O conceito de que a terra não é um baú de recursos mortos, mas um ser vivo. Esse é um conceito que precisa ganhar cada vez mais espaço”, ressaltou o religioso.

Fonte: WWF Brasil