Pela primeira vez em sete anos, no entanto, autoridades do Japão detectaram neste 2015 um saldo positivo no fluxo de imigrantes
Uma homenagem singela, mas carregada de simbolismos marcou a  Sessão Solene em Comemoração aos 107 Anos da Imigração Japonesa no Brasil realizada nesta segunda-feira (15), no Plenário Juscelino Kubitschek da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Convocada pelos deputados estaduais Jooji Hato (PMDB) e Hélio Nishimoto (PSDB) com apoio dos deputados federais Walter Ihoshi (PSD-SP), Keiko Ota (PSB-SP) e William Woo (PV-SP), e dos vereadores Aurélio Nomura (PSDB), George Hato (PMDB) e Masataka Ota (Pros), a solenidade contou com uma boa presença de convidados, que foram prestigiar as homenagens a Andre Maeda, Charles Chibana, Chieko Aoki, Harumi Goya, José Taniguti, Kihatiro Kita, Shinji Yonamine e Yokio Oshiro. Na ocasião, o ex-Comandante da Aeronáutica, o tenente brigadeiro Juniti Saito, também recebeu uma homenagem “atrasada” – foi indicado em 2013 mas não pôde comparecer. Este ano, Chieko Aoki foi a ausência entre os homenageados. Em viagem à Ásia, William Woo também não compareceu.

Já no estado do Mato grosso do Sul, o Museu da Imagem e do Som, unidade museológica da Gerência de Patrimônio Histórico e Cultural (GPHC), da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), realizará de 22 a 26 de junho de 2015 a Mostra de Cinema Japonês. A Mostra é realizada em parceria com a Associação Esportiva e Cultural Nipo-Brasileira de Campo Grande (AECNB), e faz parte das comemorações da imigração japonesa no Brasil, que teve início oficialmente em 18 de junho de 1908, quando o navio Kasato Maru aportou em São Paulo, trazendo 781 lavradores para as fazendas do interior paulista.
Em sua quinta edição, a Mostra apresentará cinco filmes premiados, sempre às 19 horas, no Museu da Imagem e do Som de MS, com entrada franca. As produções dão um panorama dos filmes japoneses, com temas diversos e abrangentes. A curadoria é, mais uma vez, de Jean Albernaz.
As exibições acontecem de segunda a sexta-feira, sempre às 19 horas e com entrada franca. O Museu da Imagem e do Som fica no Memorial da Cultura, na avenida Fernando Correa da Costa, 559, 3º andar. Para mais informações sobre a programação do museu clique aqui e acesse o site. O e-mail do MIS é mis@fcms.ms.gov.br. Telefone: (67) 3316-9178.

Um novo fluxo está a caminho
Depois de vinte e cinco anos depois da imigração de mão de obra brasileira para o Japão, um novo fluxo está a caminho. Os brasileiros estão retornando ao Japão, não aos montes, como entre 1990 e 2008, quando a população de descendentes de japoneses saídos do Brasil e residentes naquele país saltou de 176 mil para quase 330 mil.
Pela primeira vez em sete anos, no entanto, autoridades do Japão detectaram neste 2015 um saldo positivo no fluxo de imigrantes . Isso não acontecia desde  2008, quando a economia japonesa entrou em recessão na esteira da crise mundial, diminuindo a oferta de empregos para esses imigrantes, chamados de decasséguis –termo do japonês para aqueles que saem de sua terra natal para trabalhar em outro país.
Agora, ainda um pouco desconfiados quanto à nova promessa de emprego dos recrutadores de mão de obra, os decasséguis que hoje arriscam a sorte do outro lado do mundo se dividem entre novatos e reincidentes.
Outro fator é fundamental na decisão desses brasileiros: a alta do dólar. Os decasséguis ganham em ienes, e, para enviar dinheiro ao Brasil, convertem seus salários primeiro para o dólar e depois para o real.
Tanto o cônsul-geral do Brasil no Japão, Marcos Farani, como o secretário do setor econômico da Embaixada do Japão no Brasil, Satoshi Ito, confirmam o aumento na demanda japonesa por mão de obra imigrante.
Ambos os diplomatas citam os mesmos dois fatores como determinantes da nova onda decasségui.
Primeiro, o deficit populacional japonês (morre mais gente do que nasce), e consequente envelhecimento da sua população. Segundo, a política econômica do primeiro-ministro Shinzo Abe, conhecida como “abenomics”, que incentivou exportações, aumentou a produção interna e reaqueceu a economia.
Enquanto o PIB do Japão no primeiro trimestre cresceu 1% (em relação ao trimestre anterior), o brasileiro contraiu 0,2% em um cenário em que figuram a ameaça do desemprego, da volta da inflação e da desvalorização dos salários, o que deve acelerar esse fluxo.
Por outro lado, a mesma “abenomics” que gerou empregos desvalorizou o iene e aumentou a inflação, o que é ruim para os novos decasséguis, que não devem encontrar hoje as mesmas condições para juntar dinheiro que havia na década de 1990 e no início dos anos 2000.
Tais condições foram transformadas de maneira radical na crise de 2008. O corte de vagas e a redução de jornadas na indústria fizeram com que, em 2009, o governo japonês adotasse uma medida controversa: conceder US$ 3.000 (cerca de R$ 9.300) para que cerca de 20 mil decasséguis retornassem ao Brasil.
Alguns desses imigrantes brasileiros, àquela altura, já dormiam pelas ruas ou sob pontes de cidades do Japão. A condição da ajuda era que eles não retornassem mais ao país por tempo indeterminado.
Poucos anos depois, em 2011, o tsunami que devastou a costa da ilha parecia dar o golpe de misericórdia na esperança de recuperação da economia nipônica. E, em 2012, mais de 15 mil brasileiros retornaram para casa.
As condições econômicas atuais, ainda que não sejam ideais, levaram a embaixada japonesa a emitir, apenas no primeiro trimestre de 2015, 16.314 vistos para brasileiros. Desses, estima-se que quase 3.000 já se registraram como residentes por lá.Fonte: www.portalnikkei.com.br, www1.folha.uol.com.br e www.jornaldedomingo.com.br