weber_case_erminal3Redução nos investimentos em mobilidade urbana trouxe impacto menor que o desejado ao setor

 

Nos últimos sete anos a Copa 2014 foi responsável por grande parte dos investimentos em infraestrutura de mobilidade urbana, em aeroportos, portos e os estádios que estão recebendo as partidas do Mundial. De acordo com dados do Sinaenco (Sindicato Nacional de Arquitetura e Engenharia) até agora já foram investidos mais de R$ 20 bilhões no setor para a realização do megaevento.

Principal insumo para construção civil e presente em 98% das obras do Mundial, a cadeia produtiva do concreto apresentou um crescimento de 80% nos últimos cinco anos e o aumento do concreto preparado em centrais foi de 180%.

Este crescimento pôde ser observado em um levantamento realizado pela UBM Brasil, empresa organizadora do Concrete Show, principal evento da Construção Civil que acontece em São Paulo de 27 a 29 de agosto de 2014.O levantamento foi realizado no último mês de maio e ouviu cerca de 200 empresas, que serão expositoras do 8º Concrete Show.

De acordo com o diretor do evento, Cassiano Facchinetti, o crescimento no faturamento por conta da realização da Copa foi considerado moderado pela maior parte das empresas que participaram da pesquisa. “Cerca de 55% das empresas consideraram que o impacto com a realização dos megaeventos no Brasil ficou abaixo das expectativas. Para 32% dos entrevistados as obras presentes na matriz de responsabilidade da Copa representaram um significativo aumento nas receitas da empresa” destaca Cassiano.

Um dos principais motivos para que a maior parte das empresas apontasse crescimento moderado deveu-se às obras de mobilidade urbana que estavam previstas e que não foram realizadas. Cerca de 25% das obras foram excluídas dos investimentos programados para a Copa e 52% ainda não foram concluídas.

Arenas – Sem estádio não era possível realizar a Copa, e em praticamente todos, as estruturas pré-moldadas de concreto foram largamente empregadas nas diferentes fases das obras, da fundação à estrutura, passando por estacas, pilares, vigas e lajes alveolares. Somente o estádio do Corinthians, que teve início em maio de 2011, consumiu: 3.100 estacas pré-moldadas, 594 pilares pré-moldados, 3.274 vigas, 1.937 degraus e 11.682 lajes igualmente pré-moldadas.

Grande parte das empresas também elevou seus investimentos visando o aumento na oferta de seus produtos. Nos últimos anos, 49% das empresas de blocos de concreto adquiriram novas máquinas e equipamentos e 32% aumentaram o número de funcionários.

A SH Formas, por exemplo, forneceu seus sistemas de formas, andaimes e escoramentos para 44 das 102 obras em todo o Brasil presentes na Matriz de Responsabilidades da Copa. Juntas, essas obras representaram 6,5% do faturamento total da empresa em 2013: mais de 15 milhões de reais.

A Mecan, maior fabricante-locadora de andaimes, elevadores e escoramentos de obra do País, acredita que a Copa do Mundo contribuiu para reforçar a marca da empresa com a participação em obras emblemáticas. As empresas do grupo ArcelorMittal tiveram participação significativa nas obras dos estádios, do porto do Mucuripe em Fortaleza e da Transcarioca, no Rio de Janeiro. Além dos estádios da Copa, a Viapol também forneceu seus produtos de impermeabilização para a nova Arena do Grêmio (RS), o estádio Presidente Vargas, em Fortaleza (CE); e o estádio Rei Pelé, em Maceió (AL).

Aeroportos – O setor aeroportuário foi responsável por cerca de R$ 5 bilhões de investimento. A Anvi, empresa que atua no segmento de argamassas, apresentou um grande crescimento no mercado, principalmente nos aeroportos privatizados (São Gonçalo do Amarante, Guarulhos e Viracopos). Para a Tuper, quarta maior processadora de aço do Brasil, o setor aeroportuário foi o grande responsável pelo aumento no faturamento da empresa.

Sobre o Concrete Show – O Concrete Show South America 2014 acontece no Centro de Convenções Imigrantes, em São Paulo de 27 a 29 de agosto.

Fonte: Portal 2014