Deputados alemães adotaram, nesta quinta-feira, uma lei que prolonga o tempo de vida útil das 17 usinas nucleares do país, tendo como pano de fundo um debate e manifestações de militantes ecologistas.

Apesar de uma opinião pública majoritariamente hostil, o parlamento aprovou por 308 a favor e 289 contra um texto adotado em Conselho de ministros um mês antes, que prorroga por 12 anos, em média, o funcionamento das usinas nucleares após 2021, data que estava prevista para o fechamento.

A saída da energia nuclear foi decidida, em 1998, pelo governo de esquerda da época, mas a coalizão de centro-direita de Angela Merkel, no poder há pouco mais de um ano, havia feito da anulação desta lei um dos pontos centrais de seu programa.

Em sinal de protesto, os deputados verdes se vestiram de preto.

“O governo prometia uma revolução energética, mas se trata de um golpe”, disse o chefe da bancada dos deputados ecologistas, Jürgen Trittin.

Na manhã desta quinta-feira, o Greenpeace estendeu na sede do Partido Democrata-cristão (CDU), de Merkel uma foto gigante da chanceler com o diretor do grupo RWE, Jürgen Grossman, o mais ativo porta-voz do lobby nuclear.

Dois mil militantes ambientais também formaram uma corrente humana em torno do Reichstag, o parlamento alemão, onde estavam os deputados.

FSP