Filme narra programa de iniciação científica baseado na ideia do professor ubatubense Candido Osvaldo Moura em construir um pequeno satélite em parceria com seus alunos da EM Tancredo Neves
O documentário Projeto UbatubaSat – Uma Jornada de Conhecimento, que teve patrocínio da Petrobras e da Comtur, apoio da FundArt, da Prefeitura de Ubatuba e da EM Tancredo Neves, foi aceito pelo renomado Festival de Cinema Infantil de Chicago (EUA).
O filme narra o programa de iniciação científica baseado na idéia do professor ubatubense Candido Osvaldo Moura em construir um pequeno satélite. Segundo o professor do Tancredo, o objetivo foi incentivar o interesse dos alunos pelas áreas de ciências e tecnologia.
De acordo com a organização, mais de mil filmes de 40 países foram inscritos, 250 selecionados e cerca 23 mil pessoas assistem as projeções durante o evento, que acontece entre 25/10 e 2/11. Destaque para o fato do festival ser classificatório para o Oscar da categoria.
“A aceitação no festival coroa não só a qualidade do filme, mas também a importância do projeto Ubatubasat como idéia inovadora de educação, que chama atenção nos só no Brasil, mas em outras partes do mundo” comemora Daniela Gross, da Explore Mídia, produtora brasileira responsável pela execução do documentário.
Projeto
Ainda de acordo com o professor Cândido, tudo começou em 2010, depois da leitura em uma revista sobre a possibilidade de construir um pequeno satélite por aproximadamente 10 mil dólares. Com apoio da escola, ele reuniu um grupo de alunos interessados, que na época estavam na quinta série, e buscou suporte em instituições públicas e privadas para consolidar a idéia.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) também teve papel muito importante no projeto e ofereceu um treinamento aos estudantes na parte técnica e na montagem do protótipo do satélite.
Engenheiro elétrico do INPE, Auro Tikami afirma ser esta a primeira experiência do Instituto na construção de um satélite em parceria com uma escola pública.
“Em nossos 50 anos de história no instituto, nunca trabalhamos com uma equipe tão jovem na construção de um satélite. Projetos como este são fundamentais para fomentar a pesquisa na área, bem como para ajudar a suprir a falta de profissionais especializados no país”, afirma Tikami.
No decorrer dos últimos anos, a equipe participou de atividades paralelas. Entres elas, houve uma viagem dos alunos até a Califórnia (EUA). Eles visitaram as instalações da JPL (Jet Propulsion Laboratory / Laboratório de Propulsão) da Nasa e da Interorbital Systems, empresa vendedora do kit do satélite.
Novamente, agora segundo representantes da Nasa e da Interorbital, pela primeira vez na história, estudantes tão jovens estavam envolvidos em um projeto aeroespacial.
O filme relata também a visita dos alunos a cidade de Nagoya, Japão, onde participaram do maior congresso espacial do país: Simpósio Internacional de Ciência e Tecnologia Espacial (ISTS), promovido pela Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA).
O grupo apresentou um trabalho científico que além de aceito, teve reconhecimento internacional na área. A visita só foi possível através do apoio financeiro do Ministério da Educação, da Prefeitura Municipal de Ubatuba e da UNESCO no Brasil (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes afirma que a ciência, a tecnologia e a educação são fundamentais para desenvolver qualquer país. O astronauta fez questão de parabenizar o prefeito Mauricio por dar continuidade ao projeto, iniciado na gestão anterior.
“Unir ciência, tecnologia e educação em um mesmo projeto. É disso que precisamos para desenvolver nosso pais e é isso que fazemos aqui hoje. Mauricio, você está de parabéns por dar continuidade a esta iniciativa e não deixar a política interferir em seu desenvolvimento”, diz Pontes.
Documentário
“Quando soube do Projeto UbatubaSat, fiquei completamente encantada com a história, principalmente por ser em uma escola pública municipal, envolvendo alunos que normalmente não teriam acesso a este tipo de instrução. Naquele momento, pensei: tenho que ajudar a contar essa história”, ressalta a produtora e diretora do filme Daniela Gross, da Explore Mídia, produtora brasileira responsável pela execução do documentário.
De acordo com Daniela e com o diretor de fotografia David Mottershead, também da Explore Mídia, após a exibição em Ubatuba, o objetivo é inscrever o média-metragem em festivais nacionais e internacionais, promovendo o filme e estimulando iniciativas educacionais do tipo dentro e fora do país.
O documentário teve o patrocínio da Petrobras, Companhia Municipal de Turismo de Ubatuba – Comtur e contou com apoios da Prefeitura Municipal de Ubatuba, da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba e da Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves. O filme será legendado em Inglês, Espanhol e Japonês. Após a participação nos festivais, estará disponível na Internet. Mais informações disponíveis no site www.ubatubasat.com.
LINK – Trailer
https://www.youtube.com/watch?
