Investir em tecnologias verdes é uma das propriedades dos terminais do Porto de Santos quando o assunto é sustentabilidade. As empresas chegam a destinar milhões de reais para a compra de equipamentos que prometem reduzir pela metade o consumo de óleo diesel.

A Santos Brasil é uma das companhias que acreditam nessa estratégia para reduzir a emissão de poluentes.  Segundo o diretor comercial da operadora portuária, Mauro Salgado, com mudanças nos equipamentos, foi possível diminuir em 13,63% a emissão de CO2 por TEU (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) movimentado entre 2009 e 2010. Entre as alterações, ele cita a troca de empilhadeiras Reach Stackers por RTGs (pórtico com pneus usado para o transporte de contêineres), que queimam menos combustível.

“Com essa medida, conseguimos reduzir em 46,6% as emissões entre 2009 e 2010. Outra providência foi trocar os caminhões (modelos tradicionais adaptados para uso no terminal) por terminal tractors (tratores de terminal), que são específicos para a movimentação de contêineres. O tractors trabalham com rotações otimizadas, queimam menos combustível. Compramos 30 veículos”.

Além disso, a Santos Brasil desenvolve um projeto de eletrificação dos RTGs, que hoje têm uma propulsão diesel-elétrica. ” Queremos que funcione diretamente com energia elétrica”, destacou Salgado, lembrando que a operadora é a primeira firma portuária a fazer parte da plataforma Empresa pelo clima, da Fundação Getúlio Vargas.

“A instituição oferece apoio técnico e físico. Um grupo  pesquisa o que há no mundo em relação ao meio ambiente e apresenta propostas. Aprendemos coisas que não sabemos. Eles nos orientam”, explicou o executivo.

ECORTGs

O Grupo Libra comprou seis Eco RTGs. Eles chegaram aos terminais da empresa nos portos de Santos e Rio de Janeiro no final de 2010. “Chama-se Eco porque tem um consumo de combustível 50% menor. Na decisão de investir em tecnologia,  optou-se por uma tecnologia verde”, afirmou a gerente de sustentabilidade da empresa, Cristine Naum.

Outro projeto, envolve a adoção de modelos especiais de Reach Stackers (empilhadeiras que movimentam contêineres agilmente em curtas distâncias), que podem calcular o peso do carregamento. Segundo Cristine, a tecnologia foi desenvolvida dentro da Libra e depois patenteada. “Antes pegava-se o contêiner, levava para pesar e retornava. Agora, já pesa no mesmo local. Evita a locomoção, diminuindo a poluição. Reduz quase a metade do consumo”.

Cristine também citou que está feito um estudo, como o setor de suprimentos para a aquisição de novas empilhadeiras que atendam a questão da sustentabilidade. “Estamos entre (as movidas a) GLP e elétricas. As elétricas têm a questão (do descarte) das baterias, mais ainda está ganhando, pois olha o meio ambiente e garante a produtividade”.

Com essas medidas, a gerente destacou que controlar a emissão de poluentes passa a ser um indicador de negócios, já que uma boa parte dos clientes da Libra é internacional. “A Libra vai vender isso para o cliente. Faça negócio com a Libra, pois a empresa te dá a solução com a emissão de menos gases”.

Empresa do Grupo Cosan responsável pelos dois terminais para o embarque de açúcar que a companhia tem no Porto, a Rumo Logística destinará R$ 200 milhões para os projetos voltados ao meio ambiente, em especial à aquisição de novas tecnologias . Do total de recursos, R$ 35 milhões serão disponibilizados para a substituição shiploader (equipamento que embarca o açúcar no porão) norte do Terminal Sul da companhia e a construção de novas linhas de expedição, com modernas tecnologias de controle de emissão de material particulado e derrame do açúcar.

Além disso, as antigas esteiras abertas que transportam as cargas serão vedadas e, nas moegas, será instalada uma nova técnica de despoeiramento. ” Buscamos aprimorar a atividade para melhorar qualquer impacto”, afirmou o diretor Carlos Magano, que também mencionou a utilização de sugadores que “puxam o açúcar no momento da descarga”.

O executivo ressaltou ainda a mudança no modal de transporte para reduzir as emissões de C02. A empresa pretende tirar  30 mil caminhões das estradas por mês através de uma solução sustentável, que envolve um maior uso da ferrovia para o transporte do seu açúcar até o Porto.

 

Fonte:  A Tribuna