O São Francisco, um dos principais rios brasileiros, deverá contar com duas usinas nucleares a partir de 2014, segundo informou o jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira, 15 de janeiro. Estudos da estatal Eletronuclear analisaram 20 áreas de quatro estados nordestinos, mas as regiões mais próximas do litoral foram descartadas em razão da existência de grande quantidade de água.

De acordo com a reportagem da Folha, a presença de aquíferos é um dos fatores que condenam a instalação de usinas nucleares, uma vez que esses empreendimentos necessitam de grande oferta de água para o resfriamento do combustível, à base de urânio enriquecido.

Antes de chegar a escolha do Rio São Francisco, a Eletronuclear também teria levado em conta os seguintes critérios: Estrutura geológica estável; Proximidade de linhas de transmissão de energia; Baixa concentração populacional; Condições adequadas de infraestrutura (como estradas).

A tendência é que essas duas novas usinas sejam instaladas em uma localidade capaz de abrigar uma central nuclear com seis usinas de 1.000 Megawatts (MW) cada. A decisão do governo federal quanto aos locais específicos (estados) deverá sair em março deste ano, segundo estimativa do ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.

Atualmente, todas as usinas nucleares do Brasil estão situadas em Angra dos Reis (RJ). Angra 1 e 2 produzem juntas cerca de 2.000 MW. Angra 3, prevista para estar concluída também em 2014, contará com 1.405 MW. Os dois empreendimentos do setor que serão construídos na região Sudeste, até 2030, ainda carecem de estudos mais aprofundados.

Vale destacar que para que sejam de fato instaladas, as usinas nucleares dependerão da emissão de licença ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Ecodesenvolvimento