A incapacidade da BP (British Petroleum) de aprender com os problemas do passado e sua insuficiente consideração dos riscos foram os fatores determinantes para a explosão de sua plataforma em abril, que provocou o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos, concluíram os membros de um painel científico na quarta-feira.

O relatório –a revisão mais completa feita até agora do vazamento de petróleo ocorrido no golfo do México– também leva à conclusão de que inúmeras falhas técnicas e operacionais contribuíram para a explosão da plataforma Deepwater Horizon e o vazamento do poço de Macondo.

O estudo preliminar de uma comissão de especialistas da Academia Nacional de Ciências responsabiliza a BP e as empresas contratadas por ela por sua incapacidade para aprender com problemas anteriores e assegura que os controles apropriados talvez tivessem evitado o desastre.

“Uma série de decisões sugere que os riscos não foram suficientemente considerados”, afirma Donald Winter, presidente da comissão de especialistas.

Apesar de esclarecer que as possíveis causas do vazamento requerem mais investigações, o relatório assinala que a BP e os terceirizados que trabalhavam no poço onde ocorreu a explosão demonstraram “falta de disciplina, falta de competência e de responsabilidades claramente definidas”, assim como “controles insuficientes”.

O informe assinala, no entanto, que há muitas perguntas sem respostas sobre o desastre e afirma que “talvez não seja possível estabelecer a falta precisa do mecanismo que causou a explosão do poço”.

O documento foi divulgado pela Academia Nacional de Engenharia, um grupo privado sem fins lucrativos que fornece assessoria técnica ao governo americano.

FSP