O Projeto Re-Finar da Colônia de Pescadores Z14 também marcou presença no evento dando orientação sobre a carteirinha de pesca e sobre a coleta periódica de óleo dos motores dos barcos a fim de evitar o descarte do mesmo no mar
Ao concluir suas atividades em São Sebastião e Caraguatatuba depois de dois anos na região, o Projeto Tecendo as Águas, do Instituto Supereco, realizou uma festa de encerramento recheada de atrações culturais, dia 26, no Espaço Batuíra, no bairro de São Francisco, em São Sebastião, litoral norte de SP. O Festival Tecendo as Águas – Cultura, Turismo, Gastronomia e Meio Ambiente reuniu várias expressões artísticas locais bem de frente ao mar como o Trio Fuá Gandala, Grupo Folia de Reis do Morro do Abrigo e o Grupo Maracatu de Baque Virado Odé da Mata.

 
A programação incluiu também, no palco do Batuíra, a Orquestra Viola Caipira Estrela de Ouro, o Coral Municipal de São Sebastião e apresentação de dança de crianças e jovens atendidos pelos projetos Cidadão Criança, Viração e Garoçá. No Espaço Criança teve pintura de rostos e pescaria, entre outras brincadeiras. E, do lado de fora do Batuíra, a população pôde conhecer e apreciar a gastronomia local com seus pães, compotas e outros produtos caseiros, vindos direto da roça de Caraguatatuba.
 
Teve ainda barracas de artesanato com produtos em tecido, papel jornal, bijuterias e interessantes mandalas feitas pelos alunos do Projeto Garoçá com velas coloridas. O Projeto Re-Finar da Colônia de Pescadores Z14 também marcou presença no evento dando orientação sobre a carteirinha de pesca e sobre a coleta periódica de óleo dos motores dos barcos a fim de evitar o descarte do mesmo no mar.  Uma bomba retira do motor o óleo queimado que é transformado num novo óleo combustível. Os pescadores que aderem a esse método recebem um certificado de descarte correto do óleo.festival-tecendoaguas2
 
Tecendo o meio ambiente
 
No salão principal do Batuíra o Tecendo as Águas, que tem patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, apresentou algumas de suas ações ao longo de dois anos nas áreas urbana e rural. São ações que impactaram diretamente pequenos agricultores com implantação de fossa biodigestora, cisterna para captação de água da chuva e diversas oficinas de boas práticas na zona rural. Ações focadas em reflorestamento com plantio de 8,5 mil mudas nativas da região. Trabalhos de campo para sensibilizar moradores e comerciantes de Caraguatatuba a se ligarem na rede de esgoto. Mutirões para limpeza de praias e manguezais. Intenso trabalho de educação ambiental alcançando as escolas do entorno da Bacia do Rio São Francisco em São Sebastião e os projetos sociais, e a construção do roteiro turístico sustentável “Caminho das Águas – Ecoturismo, Turismo Pedagógico, Cultura e História – Litoral Norte de SP”.
 
Marianita Bueno, secretária de Cultura e Turismo de São Sebastião, disse que “foi emocionante ver a comunidade envolvida com o Tecendo as Águas”. E acrescentou: “Voltem logo. Não nos abandonem”. Ana Carolina Muri, secretária adjunta de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca de Caraguatatuba, também aprovou a passagem do Tecendo pela região: “Foi um trabalho maravilhoso. Aprendemos o que é trabalhar em rede e temos esperança de dar continuidade a essa semente que o Tecendo plantou na nossa região”.
 
Gislaine Garbelini, gerente setorial de programas ambientais e da área de responsabilidade social da Petrobrás, também prestigiou o festival: “Estive aqui no lançamento do Projeto há dois anos e já pude sentir que daria certo tamanho o envolvimento das pessoas. As coisas só funcionam quando vemos esse caldo que se formou no litoral norte unindo comunidade, governo, pescadores e agricultores. A Petrobrás aprendeu muito com a experiência do Tecendo as Águas. O projeto tem elementos bem interessantes para mobilização social e que bom que podemos comemorar excelentes resultados. Criamos carinho e respeito pela comunidade do litoral norte e estamos orgulhosos de fazer parte dessa parceria”.
 
Paulo Nelson do Rego, do Instituto Educa Brasil, parceiro do Tecendo as Águas em todas as suas atividades, disse: “É com muita satisfação que vemos o resultado desse projeto que já tem em seu DNA o trabalho em rede. Agradecemos a todos os que puseram a mão na massa para isso dar certo e esperamos dar continuidade a esse trabalho de alguma forma”.
 
Emocionada, Andree Ridder de Vieira, coordenadora geral do Tecendo as Águas, agradeceu cada um dos parceiros, homenageou representantes do governo e vários colaboradores da comunidade, e contou um pouco dos resultados do Tecendo: “Quando chegamos a essa região detectamos limitações, mas também muitas potencialidades. Fomos então criando o tom da parceria porque atuar em rede é o nosso caminho. Foram 30 parcerias construídas ao longo de 24 meses, além de 172 ações incluindo eventos, cursos, oficinas, mutirões, entre outras atividades. Nossa equipe se uniu a 15 lideranças comunitárias e contou com o apoio do governo de São Sebastião e Caraguatatuba”.
 
E finalizou: “A gente espera que possamos ir além da Serra do Mar tecendo uma enorme rede de colaboração pela vida porque o Brasil tem sim esperança e ela está nas pessoas especiais de cada comunidade interessadas num mundo melhor e absolutamente possível”. Andree também mencionou o desejo de transformar o Festival Tecendo as Águas em um evento anual que mostre e revele talentos artísticos, gastronomia e artesanato locais, além da rica história da região.
 
Mais informações serão publicadas na Revista Ecoturismo do mês de Agosto.
 
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