Jorge AmanajásO presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Jorge Amanajás (PSDB), defendeu no I Encontro Internacional Transfronteiriço a integração do Brasil com a França por meio da construção da ponte binacional, que está prevista para iniciar ainda este mês e ser entregue em 2010.

A AL reuniu no evento autoridades de 4 países: Brasil, Guiana Francesa, República da Guiana e Suriname. A união entre as fronteiras irá fortalecer o relacionamento, diminuir as diferenças existentes e contribuir para o desenvolvimento econômico, social e cultural dos povos.

Na manhã de ontem, foram realizadas duas palestras sobre: a presença do Estado – nação na Região Fronteiriça e Migração – possibilidade de integração nos países de fronteira. Além da apresentação da ponte sobre o Rio Oiapoque.

Para o parlamentar Jorge Amanajás, a União entre as fronteiras não é apenas para facilitar a entrada de brasileiros nesses países, mas para diminuir a diferença e melhorar as condições sociais da população, principalmente, no que diz respeito à saúde e educação.

“Neste encontro, nós temos a possibilidade de discutir sobre os problemas que enfrentamos no dia-a-dia. Mas, devemos lembrar que as dificuldades estão aqui. Então, precisamos apresentá-las ao restante do país, para podermos ir atrás das soluções. Precisamos dizer que no Oiapoque falta investimento e temos que manter o equilíbrio entre os países. A construção da ponte irá facilitar o desenvolvimento do Estado e se houver uma representação do Itamaraty na Região, com certeza, os problemas serão minimizados”, afirmou o presidente da AL.

Amanajás foi enfático em dizer que os problemas não são apenas ambientais, mas também sociais, pois grande parte do Oiapoque depende do Garimpo. Até mesmo para desenvolver o turismo é preciso de investimento e infraestrutura. Os representantes dos demais países também demonstraram interesse em ligar o Brasil às terras vizinhas.
“Aqui no Oiapoque dividimos alegrias e sofrimentos. Nós continuamos tentando derrubar a resistência que não favorece a ninguém. Temos perspectiva de desenvolvimento econômico. Não conhecemos nada do funcionamento de nossos vizinhos brasileiros, assim como vocês também não conhecem nada da Guiana. Precisamos unir não só as fronteiras, mas as culturas” afirmou a prefeita de Saint Georges, Fabienne Mathurin Brouard.

O conselheiro Gilian do Suriname também demonstrou interesse e foi enfático ao dizer que a ponte que ligará a margem brasileira ao restante do país será um avanço, pois o Governo está atrasado nesta questão.

“Enquanto o Governo pensa em construir essa ponte somente agora, nossa população sofre há bastante tempo sem se desenvolver economicamente. Temos muitos brasileiros no Suriname e na Guiana Francesa, temos que continuar com essa discussão e solucionar todos os problemas que existem e atingem diretamente o povo. Temos que ter estrutura para legalizarmos o movimento de pessoas nos países, mas sempre respeitando as leis para que não haja crimes nas fronteiras” afirmou o conselheiro.

O Encontro contou com a presença da Embaixadora do Brasil na França, Maria Edileuza Fonteles Reis. Ela afirmou que a materialização do projeto da ponte compete ao Itamaraty e que a Guiana Francesa deve olhar mais para o Brasil e para o futuro desenvolvimento do país. A embaixadora disse que existem outras atividades que serão desenvolvidas, como um acordo de trânsito de mercadorias e pessoas, um acordo policial e de imigração com a França, para que haja uma solução imediata para os problemas que os brasileiros enfrentam nessa região. De acordo com Edileuza, existem planos para instalar um vice-consulado em Saint George, que terá um oficial de plantão permanente para resolver qualquer situação. Também existe um pleito para a criação de uma repartição consular em Macapá.

A relação comercial, humana e de integração é uma realidade e por esse motivo o Brasil se associa aos demais países. Para o senador Gilvan Borges, com a união, o país vai garantir a dignidade dos povos.
“Precisamos estreitar e socializar a relação. Temos que ter o passaporte livre com o direito de ir e vir. Há anos temos vontade de construir a ponte e só agora isso será possível, pois teremos resultados positivos deste encontro” ressaltou Gilvan.

Para o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa do Estado da Assembleia Legislativa, deputado Paulo José (PR), os brasileiros devem ter entrada livre nesses países e o departamento ultramarino francês tem que tratar melhor aqueles que cruzam clandestinamente a fronteira, pois eles procuram nada mais, do que condições melhores de vida. Para PJ, a criação da Frente Parlamentar Transfronteiriça é importante para que esses países vivenciem os problemas que enfrentamos.

Na tarde de ontem, todas as autoridades que participaram do Encontro foram visitar Saint George.

Assessora do Deputado Estadual Jorge Amanajás