Forças do ditador avançam há dois dias e Ocidente considera armar opositores

ebeldes se preparam para confronto com tropas do ditador em Ajdabiya (Mahmud Hans / AFP)

ebeldes se preparam para confronto com tropas do ditador em Ajdabiya (Mahmud Hans / AFP)

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assume oficialmente as operações militares na Líbia nesta quarta-feira em um mau momento para a coalizão. Há dois dias avançando à leste sobre os rebeldes, as tropas do ditador Muamar Kadafi reconquistaram agora a estratégica cidade petrolífera de Brega. A reação das tropas aliadas, no entanto, já é ouvida na cidade vizinha, Ajdabiya, onde bombardeios aéreos foram recebidos com alegria por centenas de opositores do governo.

Para impulsionar o exército insurgente neste momento de baixa, o Ocidente continua discutindo a possibilidade de enviar armamentos aos rebeldes. Apesar de a possibilidade não constar do comunicado final da reunião entre chanceleres de mais de 40 países reunidos ontem em Londres, a análise é de que essa foi a iniciativa mais importante do encontro. Nesta quarta, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, afirmou que seu país não descartava armar os rebeldes, mas que ainda não tinha tomado uma decisão. A secretária de Estado americana Hillary Clinton já havia assumido que também considerava a ideia. Há países, contudo, que criticam a posição, como Suécia, Rússia e China. Além disso, a Liga Árabe, que também apoiou a intervenção militar da Otan, está rachada.

A decisão, a partir de agora, será coordenada pela Otan, já que a Organização substituirá, gradualmente, a coalizão dirigida pelos Estados Unidos. “Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Grã-Bretanha e Holanda transferiram nesta quarta-feira, total ou parcialmente, seus meios militares, essencialmente aéreos” na zona de operações, afirmou uma fonte da organização. Segundo a porta-voz Oana Lungescu, já há aviões sob comando da Otan voando no céu líbio.

No mesmo dia, chega a Bengasi (capital rebelde) Antoine Sivan, recém-nomeado embaixador francês perante as autoridades rebeldes. Durante a manhã, ele se reuniu com membros do Conselho de Governo Interino. A França foi o primeiro país a reconhecer, em 10 de março, o governo temporário dos revolucionários líbios.

Diplomatas – Temendo por sua segurança, o Reino Unido decidiu expulsar cinco diplomatas líbios de Londres. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, no Parlamento britânico, pelo ministro das Relações Exteriores, William Hague.

“Para ressaltar nossa grave preocupação pelo comportamento do regime (de Muamar Kadafi), posso anunciar na Câmara que hoje demos passos para expulsar cinco diplomatas da embaixada líbia em Londres, incluindo o adido militar”, afirmou. “O governo avaliou que se permanecerem no Reino Unido, esses indivíduos podem representar uma ameaça à nossa segurança”, acrescentou.

Um porta-voz da chancelaria britânica disse que os diplomatas expulsos aparentemente apoiam Kadafi. Ele acrescentou que os cinco são suspeitos de pressionar membros da oposição líbia e grupos de estudantes britânicos.

Enquanto isso, na Líbia, o ministro de Exteriores, Moussa Kusa, abandonou o país, de acordo com informações da rede Al Jazira, que citou fontes próprias, sem mencionar mais detalhes. Em Bengasi, as pessoas reunidas na praça central aplaudiram a notícia, após se informarem pelo telão instalado no local que transmite ao vivo a programação da TV.

Com agências Estado, France-Presse e EFE)

Com agências Estado, France-Presse e EFE)

Fonte: VEJA