A restrição à venda de ingressos para a cidade inca de Machu Picchu, por limitações impostas pela Unesco, provocou um forte mal-estar e o protesto de centenas de turistas estrangeiros, disseram nesta terça-feira (26) autoridades no Peru.
O diretor regional de Cultura de Cusco, Juan García, disse que os visitantes mostraram sinais de incômodo pela limitação dos ingressos, um problema que atribuiu ao excesso de demanda por visitas e às agências de turismo, que segundo elem estão enganando turistas para captar mais clientes.
“Eles [agentes de viagens] dizem aos visitantes que podem conseguir ingressos para Machu Picchu em Aguas Calientes [povoado próximo à cidade inca], quando não é assim”, indicou Garzía à imprensa na cidade de Cusco.
Segundo recomendações impostas pela Unesco, apenas podem ingressar 2.500 turistas diariamente a Machu Picchu. Os bilhetes são vendidos pela internet e o sistema é bloqueado quando alcança essa cifra.
PROTESTO
Diante dessa situação, centenas de turistas de diversas nacionalidades tomaram nesta segunda-feira por duas horas a ponte Ruinas, via de entrada à cidadela, como medida de protesto para poder entrar no sítio arqueológico.
Os estrangeiros consideraram essa limitação como um desrespeito a seus direitos, já que muitos deles já tinham pagado pelo bilhete para visitar o local.
“Estamos aqui há três dias e não podemos entrar, viemos ao Peru só para isso”, disse à imprensa o turista brasileiro Devaldo Guimarães, que chegou com sua família para visitar a cidade inca.
Machu Picchu suportou nas últimas semanas um elevado número de visitantes que chegaram ao país para percorrer a joia do turismo peruano em meio às comemorações do centenário de sua descoberta científica pelo americano Hiram Bingham, em julho de 1911 –completou exatamente cem anos no último domingo.
A cidadela que marcou o apogeu da civilização inca foi construída no século 15 pelo imperador inca Pachacútec e foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1983.
Fonte: ESTADÃO