O mercado da cadeia de orgânicos deve continuar em alta em todos continentes porque há demanda do consumidor final que opta pelos produtos, com segurança alimentar e dentro de conceitos de sustentabilidade ambiental e social, que proporcionam melhor qualidade de vida.
No 10º Fórum Internacional de Agricultura Orgânica e Sustentável, realizado em São Paulo, o presidente da Federação Internacional de Agricultura Orgânica (IFOAM), André Leu, atualizou os números do setor: faturamento de US$ 64 milhões em 2013, crescimento de 8% globalmente, 69 milhões de hectares de terras com agricultura orgânica certificada e com demanda mundial para ampliar essa área, sendo que o maior desafio é ter eficiência com o consumo de água.
André Leu mostrou vários exemplos de produtividade e recuperação de solos de culturas nos cinco continentes, uma prova que sem agrotóxico, com respeito ao meio ambiente e aos direitos trabalhistas são formas de promover sustentabilidade e garantir melhor qualidade de vida. “As pessoas procuram um alimento melhor, com preocupação de saúde e bem estar e isso amplia o movimento orgânico. O Brasil é um grande ‘player’ porque tem muita variedade de produtos e vai ter um papel fundamental nessa cadeia em pouco tempo”. A IFOAM tem 800 filiados em 120 países, mapeia e promove as diretrizes para a agricultura orgânica.
O maior mercado consumidor continua sendo os Estados Unidos com movimentação de US$ 35 bilhões, contra US$ 7 bilhões na Alemanha e US$ 4,4 no Canadá.
O presidente da Organização do Mercado de Orgânicos do Canadá (COTA), Matthew Holmes, informou que 78% das famílias norte americanas consomem, pelo menos, um item orgânico – especialmente alimentos para bebês e crianças. A preocupação é com a qualidade do alimento. “O potencial de crescimento do mercado é de dois dígitos em 2014, com a regulamentação do mercado em vários países e a harmonização entre os mercados da América do Norte, Comunidade Europeia e Japão. O Brasil tem o maior potencial de contribuir com mix de produtos”.
Como as oportunidades são boas e os eventos de repercussão mundial são essenciais para reforçar oportunidades de negócios, o representante da International Certification Japan Organic & Natural Foods Association (JONA), Toshifumi Ayukawa, mostrou o plano estratégico para as Olimpíadas de 2020 no Japão. O país já traçou metas, como inserir orgânicos no cardápio da vila olímpica para atletas e voluntários. As redes de varejo começam a promover produtos orgânicos no segundo final de semana de cada mês.
Para Ming Liu, coordenador do Organics Brasil, as entidades internacionais mostraram as oportunidades de negócios, com o potencial de organizar a demanda de exportação e aumentar sua participação no mercado que será de US$ 2 bilhões em 2014.
