O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) reagiu hoje à denúncia feita contra ele pela senadora e presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Kátia Abreu (DEM- TO). “O fato de os ruralistas estarem preocupados com a minha permanência do ministério me faz achar que estou no caminho certo”, completou Minc. “Podem me insultar e pedir minha cabeça que vou continuar governando, vou continuar coibindo os vossos crimes ambientais”.

A senadora protocolou denúncia na PGR (Procuradoria Geral da República) denúncia contra o ministro por crime de responsabilidade, após Minc chamar os agricultores de “vigaristas” e afirmar que os ruralistas “fingem defender a agricultura familiar”. Kátia Abreu encaminhou também pedido de demissão do ministro à Comissão de Ética Pública da Presidência.

O ministro atribuiu a denúncia ao desespero dos ruralistas. “Essa tensão começou quando nós impedimos eles [os ruralistas] de esquartejar a legislação brasileira e conseguimos refazer o acordo histórico entre a agricultura familiar e os ambientalistas. A CNA perdeu uma margem que ela tinha de manobra, eles estão desesperados e querem me tirar do governo”, afirmou.

Minc disse que os ruralistas não mandam no país e por isso não determinam quem entra ou sai do governo. “Que me conste, o Brasil é comandado pelo presidente Lula, e não pelos ruralistas. Alias, se tivesse sendo comandado pelos ruralistas, não ia ter Bolsa Família, ia ter Bolsa Latifundiário”, rebateu Minc.

O ministro, porém, disse que vai procurar a CNA para tentar entrar em um acordo, mas ressaltou que a agricultura familiar terá maiores benefícios.

Lorena Rodrigues
da Folha Online, em Brasília