Nos dias 26 e 27 de outubro, Porto Velho foi palco de uma mini COP-15, com a grande conferência reunindo ambientalistas, governantes, prefeitos, ONG’s, estudantes, professores, diplomatas e políticos de todas as correntes, durante o VII Seminário Internacional de Sustentabilidade e o VII Prêmio Ecoturismo & Justiça Climática, no auditório da UNIRON.

Mais de 500 pessoas se revezaram no evento e cerca de 500 ficaram sintonizadas pela TV Ecoturismo, através da Web TV em todo o planeta, fazendo um público direto de mais de mil pessoas, discutindo e participando do seminário, que lavrou a Carta de Porto Velho com três laudas, com várias recomendações sustentáveis importantes aprovadas por unanimidade pela seleta plenária.

Conferencistas e debatedores chegaram à exaustão para discutir os temas que foram desde a construção das Usinas Hidrelétricas do Madeira pela conferencista Daiana de Paula (Camargo Correa) e Ademir Ritt (BS Construtora), Linhas de Transmissão do Madeira (João Neto, Eletronorte), o Agronegócio Sustentável (deputado Moreira Mendes), Flona do Bom Futuro e o Mito (Deputado Ernandes Amorim), Tribunal de Contas e Sustentabilidade (Manoel Neto), Copenhagen e Porto Velho, cidades irmãs pela Justiça Climática (dinamarquesa Dorte Serles), prefeito Atalíbio Pegorini (Guarajá Mirim) e a Cidade Verde, Cláudia Carvalho, Secretaria de Turismo, discutindo o Forte Príncipe da Beira, com dezenas de qualificados debatedores, entre professores, mestres e doutores de Universidades e gente do sindicalismo.

A professora Raquel Volpato da UNIRON foi um dos destaques nos acalorados debates sobre educação ambiental e sustentabilidade, enquanto os descendentes de barbadianos, Dionísio Schocknnes e Profª Ursula Malloney foram homenageados e distinguidos pela história e herança cultural em prol da saga da construção e trabalho na legendária Estrada de Ferro Madeira Mamoré, que teve o filme de Beto Bertafna exibido por várias ocasiões para os circunstantes encantos com a obra.

A junção cultural e social dos estudantes Andreas (Dinamarca) e João Santos (Rondônia), ao lado de Dorte Serles e do vereador Jean Oliveira, selaram os laços que unem de vez os povos amazônicos rondonienses e europeus dos nórdicos dinamarqueses, que devem recepcionar os amazônicos na COP-15, em comitiva que se dirigirá para lá em dezembro.

A Embaixadora Maria Edileusa Fonteneles dos Reis, diretora do departamento de Europa do Itamaraty, foi muito feliz ao abordar os temas da integração latino-americana, sustentabilidade e justiça climática pela Amazônia e países amazônicos vizinhos, e a sustentabilidade ambiental pregada e garantida pelo Ministério das Relações Exteriores, que tem fulcro em Barao do Rio Branco, o signatário do Tratado de Petrópolis, com a cunha da EFMM.

As energias renováveis e eólicas européias e o aproveitamento por Rondônia e Amazônia foram ponto alto das discussões ambientais que antecedem as propostas que o Brasil levará para a Convenção do Clima, em dezembro naquele pais dinamarquês.

A temática da ponte que estará sendo erigida ligando o Brasil à Bolívia, através do Rio Mamoré, foi tema fortemente debatido com a experiência do engenheiro Miguel de Souza, diretor do DNIT, que empolgou e encantou a platéia, que discutiu a exaustão o tema sob o prisma sustentável.
Polêmicas foram as conferências dos deputados Moreira Mendes e Ernandes Amorim com agronegoócios sustentáveis e Flona do Bom Futuro, trazendo uma nova dinâmica aos debates acalorados que chegaram as vias de muita força nas palavras.

A transmissão ao vivo pela TV Ecoturismo (www.tvecoturismo.com.br) valorizou sobremaneira, já que foram dois dias de força e uso das mídias e redes sociais como twitter, orkut, facebook e todas as demais em torno do seminário, que marcou época com temas sobre a cultura de Porto Velho e Rondônia, turismo sustentável, a história e geografia rondoniense e o meio ambiente com a campanha TicTacTicTac e 350 graus que foram extremamente discutidas e apreciadas pela plenária.
Representantes das empresas patrocinadoras participaram dos debates, entre eles a Eletrobrás, Eletronorte, Caixa Econômica Federal, Cowan Triunfo, BS Construtora, Governo de Rondônia, Grupo Gurgacs de Comunicação, Rede Brasil de TV, BS Construtora, que, ao lado da Sedam e UNIRON, expuseram seus produtos.

Nomes fortes como Antonio Ermírio de Moraes e o grupo Votorantin Cimentos, Tribunal de Justiça de Rondônia, com modelo de plantio de árvores sustentáveis, deputado Valverde, Família Malloney, Familia Schockness, embaixadora Maria Edileusa dos Reis, senador Expedito Jr., deputado Jorge Amanajás da Assembleia do Amapá do Amapá, ficaram entre os contemplados com o oitavo prêmio, já que tiveram atuações voltadas às ações sustentáveis em 2009.

A força do discurso sustentável do Prof. Juarez Prado, fundador e chanceler da UNIRON, marcaram as despedidas do Seminário, que deixou saudades e promete voltar em outubro de 2010 com a oitava edição e nona edição do Prêmio Ecoturismo e Justiça Climática.

A seleta plenária chancelou o Seminário de Pré-sal realizado em maio em São Paulo e avalizou a Expedição Eco Brasil de Justiça climática, que sairá de São Paulo de navio, até a África, Europa chegando a Copenhagen em dezembro, onde exporá as ações contra o desmatamento e aquecimento global, através do livro e DVD, “Do Pré-sal ao Aquecimento Global”, e demais ações ambientais rumo à COP-15.

Momentos de emoção sobre a cultura rondoniense, o turismo e o meio ambiente foram muito elogiados e mostram que a revista e TV Ecoturismo e Camvenez RO, estão no caminho da sustentabilidade, pregado pelo povo do Estado que anseia por mudanças no clima e diminuição nos gases de efeito estufa, aceitando o desafio de mesmo sediando as usinas hidrelétricas, com comprometimento ambiental, ajustar por condutas as reparações para melhorar o meio ambiente do Brasil e do planeta.

CARTA DE PORTO VELHO/2009

Declaração Final do VII Seminário Internacional de Sustentabilidade
Reunidos em Porto Velho, Rondônia, nos dias 26 e 27 de outubro de 2009, no VII Seminário Internacional de Sustentabilidade, nos reportamos aos nossos irmãos e irmãs congregados em Copenhagen, na Dinamarca, com a responsabilidade de adotar importantes e inadiáveis decisões que dizem respeito à sustentabilidade ambiental do planeta, na COP 15 – Conferência de Mudanças Climáticas, promovida pela Organização das Nações Unidas.

Certamente que as decisões a serem adotadas terão reflexos diretos sobre o futuro da humanidade, em especial sobre a Amazônia e seus povos indígenas, afro descendentes, comunidades ribeirinhas, produtores do campo e habitantes da floresta em geral, investidores da indústria, do comércio e de serviços, trabalhadores e trabalhadoras das cidades e todos os segmentos da região que lutam por justiça social, qualidade de vida e desenvolvimento sustentável.

Por esta razão, comparecemos a este encontro com o objetivo de compartilhar experiências sobre modelos de gestão ambiental, elaboração de projetos ambientalmente sustentáveis, execução de obras com respeito ao meio ambiente e à comunidade em seu entorno, adoção de políticas públicas que promovam a consciência ecológica e a responsabilidade social; trocar informações sobre a conjuntura social, econômica e política da região, buscar pontos de identidade entre os movimentos sociais e os investimentos públicos e privados na Amazônia, para a elaboração de agendas comuns de mobilização e de projetos alternativos aos modelos de desenvolvimento capitalistas que, historicamente, impactaram negativamente o meio ambiente e as comunidades da região.

Das palestras, debates, exposições e discussões, emergiram fortes sinais de esperança que, seguramente, dependerão do acerto das decisões a serem adotadas na COP 15, e do conseqüente comprometimento das nações nela representadas, com a adoção das medidas recomendadas, de forma prioritária e inadiável.

Desta forma, elencamos a seguir, a título de contribuição, os pontos convergentes do VII SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE SUSTENTABILIDADE, com base nas experiências de mobilização e organização popular, do envolvimento das comunidades em políticas públicas inovadoras promovidas por governos comprometidos com os interesses regionais, de novas formas de aproveitamento das potencialidades locais, de organização dos espaços, de modelos de desenvolvimento, e de promoção da economia e das comunidades locais:

1º – Pleitear ante o Governo Federal, a alocação de recursos provenientes da exploração dos megacampos de petróleo encontrados na camada pré-sal do litoral brasileiro, para o financiamento de projetos de preservação florestal e desenvolvimento sustentável na Amazônia;
2º – Intensificar os esforços públicos e privados para a redução dos gases de efeito estufa, em duas frentes principais:
A – Com a substituição das fontes de energia poluentes, como as usinas termelétricas, e a implantação de uma matriz energética limpa e sustentável, como as usinas do madeira;
B – Com a diminuição do desmatamento para expansão agropecuária e a extração de madeira sem manejo e sustentabilidade, tendo em vista o conjunto de externalidades negativas geradas pelo modelo atual.

3º – Mobilizar a classe política nacional para uma revisão geral da legislação ambiental brasileira, levando em conta as peculiaridades regionais, visando à correção de distorções; e para a formulação de um modelo legislativo que contemple a aprovação de leis que respeitem a dimensão continental do país, observando a singularidade histórica, geográfica e cultural de cada uma de suas regiões;

4º – Defender a adoção de um Código Florestal exclusivo para a Amazônia, que leve em conta as características e peculiaridades da região;

5º – Adotar a Educação Ambiental como disciplina obrigatória desde o ensino fundamental até os cursos de pós- graduação, despertando no estudante a consciência de sua responsabilidade social e ambiental planetária; e criando as bases de um esforço coletivo para desenvolver, nutrir e melhorar os modelos sustentáveis de desenvolvimento econômico, social e cultural;

6º – Fomentar o turismo regional, com destaque para o ecoturismo, o turismo de aventura e o turismo de negócios, através da capacitação profissional, financiamento de projetos e construção de portos, aeroportos e toda a infra estrurura que dêem suporte ao crescente fluxo de turistas interessados em conhecer a Amazônia;

7º – Incluir o enfoque agro ecológico em todas as políticas públicas regionais, especialmente as voltadas para o crédito agrícola e extensão rural destinados à agricultura familiar; e a ampliação de iniciativas voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar;

8º – Ratificar, apoiar e referendar as conclusões da Carta do Litoral Norte de São Paulo, assinada pelos participantes do Seminário de Sustentabilidade do Pré-Sal, realizado no dia 12 de maio de 2009;

9º – Por fim, dedicar esse seminário ao início de uma mobilização de todos os setores da sociedade rondoniense, visando fazer de Porto Velho, a Capital da Sustentabilidade, da Justiça Climática e do Ecoturismo, conscientes de que a transformação deste ideal em realidade vai depender do pensamento de cada um dos seus habitantes e da adoção de pautas, normas e regras jurídicas, econômicas, administrativas e técnicas, capazes de encaminhá-las ao objetivo almejado.

Porto Velho, 27 de outubro de 2009

Revista Ecoturismo