A Guarda Costeira americana planeja instalar estações de limpeza para os barcos de carga que navegam o rio Mississippi, evitando assim que propaguem o petróleo da mancha negra presente no Golfo do México, indicou um funcionário do porto de Nova Orleans.

O objetivo é tentar manter uma das vias navegáveis mais utilizadas do mundo preservada da camada de petróleo que se formou no Golfo do México, depois da explosão de uma plataforma petroleira em 20 de abril.

“O assunto crucial é se os barcos vão propagar petróleo a águas limpas”, assinalou no domingo Chris Bonura, um porta-voz do porto de Nova Orleans.

“Estas estações de lavagem seriam instaladas em Boothville e Venice (na desembocadura do rio) e poderão ser utilizadas por navios de qualquer tamanho”, explicou o porta-voz.

Segundo Bonura, no momento, a navegação pelo rio não foi perturbada pela camada de petróleo que se estende ao longo de mais de 200 km frente às costas do sul americano.

BP promete limpar vazamento

A petroleira britânica British Petroleum (BP) reconheceu a responsabilidade pela limpeza do vazamento de petróleo. O diretor-executivo da companhia, Tony Hayward, está no Estado da Louisiana para supervisionar a operação de limpeza e disse ao programa Good Morning America, do canal americano ABC, que a BP não era responsável pelo acidente, mas aceitava realizar a limpeza da região.

“Este acidente não foi nossa culpa. Esta era uma plataforma de perfuração operada por outra companhia. Foram os seus funcionários, seus sistemas e seus processos. Não somos responsáveis pelo acidente, mas somos responsáveis pelo petróleo, por lidar com ele e pela limpeza”, afirmou.

Hayward acrescentou que está trabalhando com a possibilidade de precisar de dois a três meses para limpar a mancha de petróleo, que já atingiu pontos da costa americana.

Custos e ações

Especialistas afirmam que o custo da operação de limpeza poderá chegar aos bilhões de dólares.

A BP, por sua vez, afirmou que vai atender aos pedidos legítimos de indenizações das pessoas afetadas pelo vazamento.

Em várias entrevistas nesta segunda-feira, Tony Hayward afirmou que a BP está fazendo tudo o possível para limpar a mancha.

Hayward afirmou que um sistema de contenção submarino foi criado e deverá ser colocado no local dentro de uma semana para conter o vazamento de petróleo e canalizá-lo para um petroleiro, na superfície.

Nesta segunda-feira, as ações da BP caíram ainda mais em meio às dúvidas quanto à quantidade de petróleo está sendo perdida e ao custo da operação de limpeza, que pode ser muito maior do que o inicialmente previsto.

O mercado financeiro britânico está fechado nesta segunda-feira, mas as ações da BP em Frankfurt abriram com uma baixa de 8% e apenas depois recuperaram parte das perdas.

Desde o acidente, as ações da gigante do setor já registraram queda de 13%.

FSP