O jovem macho de onça-parda chamado Anhanguera, que foi atropelado na rodovia homônima em setembro de 2009, já se recuperou totalmente do acidente e vive há pouco mais de um mês em um recinto monitorado 24h por dia por três câmeras, sistema inédito no Brasil.

Denominado “soft release”, o processo possibilita a adaptação do animal ao ambiente natural antes da soltura. Segundo a veterinária Cristina Harumi Adania, coordenadora de fauna da ONG Mata Ciliar, não será possível soltar o animal nas proximidades do local onde foi capturado porque aquela área sofreu intensas modificações com a urbanização.

A onça-parda recebeu um colar que permitirá monitorar seus passos quando voltar definitivamente à natureza. Essa ação garantirá a compilação de informações importantes para preservação não só da onça, mas também de outras espécies de animais da região onde será realizado o monitoramento.

Processo de reabilitação durou aproximadamente um ano
Anhanguera chegou ao Centro Brasileiro para Conservação dos Felinos Neotropicais, em Jundiaí, quando tinha cerca de 10 a 12 meses de idade – período em que a espécie começa a se separar da mãe para procurar pelo seu próprio território. Devido ao impacto do acidente, a onça teve várias escoriações, estava muito magra e apresentava uma fratura de um dente canino, imprescindível para a sobrevivência de um exímio caçador.

Durante o processo de reabilitação, que durou aproximadamente um ano, o animal ficou sob observação constante, por meio de uma câmera colocada no recinto que o isolava completamente do contato humano. Nesse período, Anhanguera recuperou-se completamente da cirurgia no dente, ganhou peso, explorou todo o local e mostrou seus instintos.

A ONG não divulgou quando a onça-parda será reintegrada totalmente à natureza.

Fonte: TERRA