Fiscalização passou dois meses em cidade com dezenas de serrarias. Madeira ilegal vem da Floresta Nacional do Bom Futuro, diz o Ibama. Operação de fiscalização realizada nos meses de maio e junho no município de Buritis, no estado de Rondônia, confirmou a atuação de empresas fantasmas  para regularizar madeira extraída ilegalmente da Floresta Nacional do Bom Futuro, que já foi devastada em um quarto de sua área.

O Ibama não divulgou a quantidade de empresas fantasmas identificadas porque elas ainda estão sob investigação.

A confirmação de uma madeireira como fantasma se dá quando os fiscais vão ao endereço em que ela está registrada e verificam que ela não opera no local, embora declare a movimentação de produtos florestais nos sistemas de controle do governo. O volume de madeira declarado de forma fraudulenta é usado para “esquentar” madeira ilegal em outro local.

As empresas fantasmas, que estão ativas no Cadastro Técnico Federal (CTF) e no Cadastro de Exploradores e Consumidores de Recursos Florestais (Ceprof) da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) emitem notas frias e movimentam milhares de metros cúbicos de madeira ilegal, seguno o Ibama. Elas terão seus cadastros cancelados.

Ainda segundo o órgão ambiental, das 112 madeireiras no município que não são fantasmas e estão registradas junto ao governo federal, 57 não existem fisicamente (ou seja, não têm instalações, mas tampouco movimentam notas de madeira). Das 55 existentes, 14 estão inoperantes e apenas 43 estão ativas.

Todas as empresas operantes encontradas pela fiscalização em Buritis cometiam algum ilícito ambiental e foram autuadas. Seis delas foram embargadas e lacradas.

Ao todo, foram aplicadas 107 multas que somam R$ 10,92 milhões. Além disso, foram apreendidos 5.200 metros cúbicos de madeira (o suficiente para encher mais de 200 caminhões). A ação mobilizou o Ibama, a Polícia Federal, a Força Nacional e o Batalhão de Polícia Ambiental de Rondônia.

Do Globo Amazônia, em São Paulo