Francisco deixa claro sua especial gratidão àqueles que lutam, com vigor, para resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida de povos ameaçados
Divulgada em junho, pelo Vaticano, a Encíclica “Ladauto Si” traz várias citações da relação dos povos indígenas com o meio ambiente. Uma das mais fortes menções é a relação da terra com o povo indígena. No texto, o Papa Francisco fala sobre o mal que os seres humanos têm provocado ao meio ambiente devido ao uso irresponsável de seus recursos naturais.

 
Para o Papa, “crescemos pensando que somos os proprietários e dominadores da terra, autorizados a saqueá-la. (…) Nos esquecemos de que nós mesmos somos terra. O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar nos permite respirar, e a sua água nos restaura e dá a vida”.
 
Francisco deixa claro sua especial gratidão àqueles que lutam, com vigor, para resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida de povos ameaçados, a exemplo daqueles que trabalham em prol da causa indígena, pois não há como existir mudança e um futuro melhor, sem que se pense na crise do meio ambiente e no sofrimento dos excluídos, “é louvável a tarefa de organismos internacionais e organizações da sociedade civil que sensibilizam as populações e colaboram de forma crítica, inclusive utilizando legítimos mecanismos de pressão, para que cada governo cumpra o dever próprio e não-delegável de preservar o meio ambiente e os recursos naturais do seu país”, afirma a autoridade da Igreja Católica.
O Papa cita que, enquanto em alguns lugares, estão se desenvolvendo cooperativas para a exploração de energias renováveis, os povos indígenas conseguem gerar “uma maior responsabilidade, um forte sentido de comunidade, uma especial capacidade de solicitude e uma criatividade mais generosa, um amor apaixonado pela própria terra, tal como se pensa naquilo que se deixa aos filhos e netos”.
 
Por último, Francisco faz um apelo à sociedade para que, por meio de organismos não-governamentais e associações intermediárias, force os governos a desenvolver normativas, procedimentos e controles mais rigorosos, para que se possa combater os danos ambientais.
 
Indo de encontro com este pensamento, a Fundação Nacional do Índio tem buscado promover o papel fundamental dos povos indígenas para a manutenção da biodiversidade, atuando por meio de ações de monitoramento territorial, fiscalização, prevenção de ilícitos, gestão territorial e ambiental, conservação e recuperação ambiental, diagnósticos e levantamentos etnoambientais participativos, proteção dos conhecimentos tradicionais indígenas associados à biodiversidade, fomento à produção sustentável, entre outras.
 
A exemplo disso, em abril, a Funai lançou a Campanha Abril Indígena 2015, com o slogan “Um mês para homenagear aqueles que protegem o meio ambiente o ano inteiro”. Várias ações institucionais, dentre elas a divulgação de um vídeo salientando a importância dos povos indígenas na preservação ambiental, causando a atenuação do aquecimento global e da crise hídrica que o Brasil atravessa. As terras indígenas, como principais áreas preservadas, são de extrema importância na regulação climática e na manutenção dos recursos hídricos brasileiros.
 
Saiba mais informações sobre o assunto na Revista Ecoturismo do mês de julho.