Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estão em Rondônia para fazer um inventário da diversidade da fauna em áreas próximas à construção de uma hidrelétrica. O estudo é uma exigência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O monitoramento será feito durante três anos, no período da seca e da chuva, para ver se há mudança de comportamento dos animais. A mata às margens do Rio Madeira é um dos três pontos onde o trabalho se concentra. Fica a 100 quilômetros do canteiro de obras da hidrelétrica de Jirau, uma das duas em construção em Rondônia.

Durante o estudo, pesquisadores descobriram que papagaios comem a argila na beira do rio, um fato nunca registrado por essa espécie. Outra bela surpresa agradável foi o curica de bochecha laranja, uma espécie rara da família dos papagaios.

Para fazer o inventário, são instaladas redes quase transparentes, por meio das quais as aves são capturadas. Os animais passam por uma análise detalhada e ganham uma identificação permanente.

A ave é retirada da rede com cuidado para evitar que se estresse. Dali, ela vai para a base de anilhamento, montada no meio da floresta. A espécie é identificada. Os pesquisadores pesam, medem o comprimento das asas, do bico e da calda. Depois a ave ganha uma anilha, com um número que vai acompanhá-la por toda a vida. Devidamente registradas em um banco nacional de dados, o pássaro é novamente solto na natureza.

Os pesquisadores ainda não sabem a variedade de espécies de aves da região. Nos 15 primeiros dias de trabalho, já foram identificadas 300. Isso significa que a área concentra pelo menos 20% da quantidade de espécies existentes no Brasil.

G1