O Governo dinamarquês afirmou, neste domingo, que dá apoio “total” à atuação da Polícia nos protestos ocorridos em Copenhague por ocasião da Cúpula da ONU sobre a Mudança Climática (COP15), apesar das críticas às inúmeras detenções preventivas. O ministro da Justiça dinamarquês, Brian Mikkelsen, declarou à rede pública de televisão DR que Copenhague “é uma das poucas cidades que não acabou em chamas” depois de receber eventos como a cúpula, graças à atuação “efetiva” da polícia.

Entre a grande manifestação de sábado e a mobilização deste domingo, convocada para interromper a produção industrial do porto de Copenhague, a polícia dinamarquesa deteve mais de 1.300 pessoas em menos de 24 h, em quase todos os casos recorrendo a uma detenção preventiva administrativa permitida após uma recente reforma legal.

Quase todos os detidos foram liberados sem acusações horas depois. Cerca de 20 precisaram ficar à disposição da Justiça, o que despertou críticas de organizações como a Anistia Internacional (AI). O secretário-geral da AI na Dinamarca, Lars Normann Jorgensen, disse que a atuação policial foi “desproporcional” e ameaçou a liberdade de expressão e de reunião.

O grupo Climate Justice Action afirmou que os policiais agiram “violentamente” contra os ativistas e começaram as detenções, “obrigando as pessoas a sentarem no chão com temperaturas de 2°C” por horas, o que constitui uma “violação dos direitos humanos”.

Segundo Mikkelsen, o recurso às detenções preventivas obedece a “estimativas policiais” da situação e se algum detido se sentir injustamente tratado, pode apresentar uma queixa e pedir uma indenização.

COP-15
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 7 a 18 de dezembro, que abrange 192 países, vai se reunir em Copenhague, na Dinamarca, para a 15ª Conferência das Partes sobre o Clima, a COP-15. O objetivo é traçar um acordo global para definir o que será feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa após 2012, quando termina o primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto.

Agência EFE