A Orquestra Juvenil da Fundação 10 de Agosto, entidade sem fins lucrativos responsável por promover ações de educação e qualificação profissional, realizou uma apresentação no dia 1/09, na Pucci Riviera, em Bertioga, para homenagear os educadores envolvidos com o Programa Clorofila.

O Programa é realizado em 13 estabelecimentos de ensino municipais, sete estaduais e dois particulares, já tendo envolvido mais de 16 mil estudantes de Bertioga. Para comemorar suas bodas de prata, o Programa abre esse ano uma nova frente de trabalho voltada para o empreendedorismo, que consiste na fabricação artesanal de papel reciclado e produtos derivados. O objetivo é transformar a experiência-piloto em uma atividade permanente de geração de renda para jovens.

Para Beatriz Pereira de Almeida, diretora da Sobloco Construtora, empresa que criou e mantém o Programa, a iniciativa é pioneira por levar educação ambiental às salas de aula de Bertioga, como forma de contribuir para a formação de gerações mais conscientes sobre as questões ambientais. 25 anos após sua criação, o Programa é hoje uma referência na cidade.

Por sua importância e abrangência, em 2009, a Prefeitura de Bertioga formalizou uma parceria entre a Sobloco e a Secretaria de Educação e Desenvolvimento cultural para o desenvolvimento do Programa, parceria esta fundamental para o município na obtenção e renovação do Selo Verde Azul, conferido pelo governo do Estado. De acordo com Cristina Peres, coordenadora do Programa, este parte doprincípio de que a discussão sobre os grandes problemas ambientais está diretamente vinculada a uma noção de cidadania, do indivíduo perceber-se como parte de um todo para que esse todo (planeta) se mantenha vivo. O Programa Clorofila difunde a ideia de que, dentro de suas possibilidades, qualquer indivíduo pode atuar com pequenas ações ou com grandes projetos para melhorar o ambiente onde convive.

Com esses conceitos, o Programa propõe às escolas da cidade um diversificado portfólio de ações que envolvem plantios e hortas, cursos de formação, concursos, vivências, culinária sustentável, reciclagem de lixo e materiais usados, feiras de meio ambiente e uma assessoria pedagógica constante. O envolvimento de professores e diretores dá força ao Programa potencializando os resultados e o impacto desejado.

Os números do Programa são robustos: em 25 anos de atividades, o Programa já realizou 25 concursos com temas ambientais, os quais receberam a inscrição de mais de 350 projetos; 63 Feiras escolares de Meio Ambiente; a formação de  41 Comissões de Meio Ambiente formadas por alunos do ensino médio para a implantação de projetos dentro da escola; a realização de 15 cursos de formação de professores com 633 profissionais; 11 cursos de formação para alunos envolvendo 1.167 estudantes; 17 cursos para pais de alunos e comunidade atendendo 781 pessoas; o plantio e manutenção de 22 hortas nas dependências das escolas; 34 paradas ecológicas envolvendo mais de 11 mil participantes;  e uma infinidade de reuniões de planejamento junto com os educadores, pais e alunos.

“Um dos impactos mais importantes está diretamente ligado às mudanças de hábitos alimentares, na rotina das pessoas e na sua relação com o meio ambiente. Em decorrência do grande poder multiplicador dos alunos no contexto da família, é notável em Bertioga o crescimento do número de indivíduos em busca de alternativas mais sustentáveis para suas vidas”, observa Beatriz.

O programa envolve não só os estudantes, mas também professores, diretores e coordenadores das escolas públicas e particulares. Os familiares dos alunos participam de oficinas de culinária sustentável, cursos e plantio de hortas domésticas, jardim e arborização dos estabelecimentos de ensino. “Os trabalhadores das creches e de entidades sociais da cidade e a sociedade em geral também estão integrados, atuando em ações como plantio de mudas e paisagismo e eventos como a Caravana da Primavera, Feira do Meio Ambiente, Parada Ecológica, reuniões comunitárias organizadas pelo Coletivo Educador de Bertioga, do qual a Sobloco e a Riviera fazem parte, cursos de horta, práticas sustentáveis, artesanato e culinária saudável.

 

Responsabilidade ambiental da cidadania

O Programa Clorofila de Educação Ambiental foi inspirado na Conferência Mundial ECO-92, realizada pela ONU no Rio de Janeiro. “Nasceu e cresceu baseado naquele que se tornou seu conceito básico, de que todo indivíduo tem potencial para fazer algo para melhorar a relação com o seu ambiente mais próximo, desde pequenas ações locais até projetos de maior amplitude”, enfatiza Beatriz, acrescentando: “Manter o Programa durante 25 anos, propondo sempre novas atividades e envolvendo diferentes profissionais e a comunidade, reflete o compromisso e a crença de que podemos fazer um mundo melhor. Sabemos que educação é um processo de longo prazo. Por isso, temos de ser perseverantes”.

Para realizar o programa, a Sobloco mantém uma equipe exclusiva e permanente, constituída por uma educadora ambiental e uma engenheira agrônoma, além de especialistas para a formação de educadores e jovens alunos e de um time de apoio para a realização de todos os trabalhos. “Nosso grupo trabalha com o envolvimento pessoal, a construção de metodologias, a troca de ideias com os profissionais da educação, a interação respeitosa com diretores, coordenadores, professores, alunos e pais. A dedicação desse time ganhou o reconhecimento e o respeito dos educadores da cidade e, juntos, pudemos construir um trabalho maravilhoso de educação ambiental, que já está indo para uma segunda geração de bertioguenses”, conclui Beatriz.