Secretário de Agricultura fala sobre as oportunidades e tendências para o setor canavieiro em seminário da Abimaq

Por Paloma Minke

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, destacou a retomada do setor canavieiro e a geração de oportunidades de negócios e modernização para a indústria durante o Seminário de Planejamento Estratégico Empresarial 2017, realizado no dia 7 de outubro de 2016, na sede da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo.
“Assim como o setor se antecipou ao sofrer os impactos da crise econômica, quando mais de cem usinas deixaram de operar nos últimos anos, sou otimista em dizer que o setor também começou a se recuperar antes dos demais, está retomando as suas atividades e terá um dinamismo acima até do próprio segmento agropecuário”, avaliou o titular da Pasta estadual, que foi moderador da palestra “Modernização e Tendências do Agronegócio Canavieiro”, com o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho.
Para o secretário, a mecanização da colheita da cana-de-açúcar gerou novas demandas, do ponto de vista tecnológico e do manejo da cultura, como a necessidade do recolhimento da palha no campo. “A nova forma de colheita tem gerado desafios como o controle de pragas como a cigarrinha e a mosca-dos-estábulos, que exigem o controle do despejo da vinhaça, além de técnicas de conservação de solo e água nas áreas de cultivo da cana, devido ao aumento da compactação do solo”, disse.
“Seguindo as determinações do governador Geraldo Alckmin, a Secretaria tem buscado difundir o conhecimento gerado pelos seus institutos de pesquisa e colocado em prática novas legislações a serviço do produtor. Esta é uma oportunidade também para o setor de máquinas de intensificar os investimentos, pois essa preparação será decisiva para alcançarmos maior produtividade no setor”, continuou o secretário, ressaltando o trabalho realizado pelo governo paulista para fomentar a agricultura de precisão.
Para o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o setor precisa se preparar para atender ao mercado internacional, pois será a grande fonte de alimentos e combustível renovável por meio da biomassa. “Se por um lado, temos produtores que já tem a noção de produtividade sustentável, por outro, precisamos vencer a resistência de muitos ambientalistas, que ainda têm a visão de criar barreiras para o agronegócio. Por isso, a necessidade de modernização de todos os processos”, afirmou o palestrante.
De acordo com Luiz Carlos, apenas para manter o share de 45% na participação do mercado mundial, o Brasil precisará criar, nos próximos anos, quatro novas usinas, com capacidade para a produção anual de 2,5 milhões de toneladas de açúcar e etanol ao ano. “Para suprir o mercado interno, o País precisará montar dez novas usinas para a produção de 2,5 bilhões de álcool”, destacou.
A curto prazo, avaliou o especialista, é necessário um investimento para ampliar a qualidade do plantio e reduzir as impurezas durante o processamento da cana-de-açúcar, desafio imposto pela mecanização da colheita, o que propiciará a volta do investimento no setor. “Estamos vivendo um período em que há limites de recursos naturais e financeiros, por isso a recuperação será lenta. É preciso incentivar o investimento e buscar o aumento da produtividade”, finalizou.
Para o presidente da Abimaq, João Carlos Marchesan, além do investimento, a governabilidade e o controle das contas públicas são fatores essenciais necessários para retomar o crescimento. “O setor privado, a partir de 2011, não só não aumentou a produção, mas ampliou o endividamento, perdendo a capacidade de investir e gerar empregos. Contudo, a redução de vendas no setor ainda é bem menor do que o setor de bens de capital, que teve um redução de quase 60%, com risco à saúde financeira das empresas. Nossas vendas têm se mantido em bons patamares nos últimos meses, sinalizando uma retomada. É o momento adequado de aprender com os erros do passado e dar a volta por cima”, afirmou, ressaltando a expectativa de crescimento de 5% do PIB agropecuário ante 0,5% do PIB Brasileiro.

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo