Bem-humorado e exibindo a característica marra dos rappers americanos, o cantor Snoop Dogg falou hoje à noite sobre os shows que fará no Brasil (quarta, no Rio; sexta, em Florianópolis; sábado, em Paulínia, no SWU) e aproveitou para provocar Kanye West e os Black Eyed Peas, com quem vai dividir o palco no festival no interior de SP.

Quando soube que estaria no mesmo evento que os outros artistas, se mostrou surpreso. “Eles vão tocar no mesmo dia em que eu? Qual a ordem [dos shows]?” Avisado de que seria o primeiro da trinca, aproveitou para brincar e provocar, dizendo que “quem tocar depois de mim vai ter problemas”. “Sou jovem, sou rápido, sou bonito e não posso ser vencido”, disse o rapper, entre risadas, citando a célebre frase de Muhammad Ali.

Mario Anzuoni/Reuters
O rapper Snoop Dogg, que está no Brasil

Em outro momento, informado sobre a desistência do Cypress Hill de tocar no SWU do ano passado por não concordar com o pedido da organização para deixar a maconha longe do palco, Snoop Dogg, notório apreciador e divulgador da erva, disse que não recebeu nenhuma ordem do gênero, e nem a aceitaria.

“Você sabe que eles não me pediriam um negócio desses. Eu vou fumar. Vou fumar”, disse, antes de pensar por dois segundos e contemporizar: “Não, vou só cantar. Não estou aqui para quebrar regras nem para ofender ninguém. Estou aqui para dar às pessoas o que elas querem, um bom show.”

Vestido todo de verde, com um agasalho esportivo, e calçando chinelos e meias, o rapper americano chegou com mais de uma hora de atraso para a entrevista coletiva em um hotel em Santa Teresa (o mesmo onde Amy Winehouse se hospedou no ano passado).

Brincou com as repórteres (chamou uma delas de “Lois Lane”), se disse fã de futebol e de craques brasileiros como Neymar e Ronaldo, teceu os elogios de praxe ao país (“Sempre sou bem tratado pelo público no Brasil. Fui um dos primeiros rappers a vir para cá e transformei isso em algo ‘cool’ para outros rappers dos EUA”) e às brasileiras (“As mulheres mais bonitas do mundo”).

Também falou sobre uma insuspeita vontade de trabalhar com Paulo Coelho. “Estou tentando criar uma relação [com ele], não temos uma. Minhas músicas sempre foram acolhedoras, falam de amor. Estou na cidade em que ele nasceu, então estou aberto para recebê-lo e ver se podemos fazer algo.”