Três regiões do país (Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste) têm quase a totalidade de seus territórios sob risco crítico de fogo, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). De acordo com imagens de satélite, os únicos Estados que registram condições classificadas como de risco mínimo são Roraima e Amapá.

Além deles, as maiores áreas sem risco estão no Amazonas, Pará, Rio Grande do Sul, Rondônia e no Nordeste.

O risco de fogo foi desenvolvido pelo Inpe com base na análise da ocorrência de centenas de milhares de queimadas nos principais tipos de vegetação do país durante os últimos anos, em função das condições e históricos meteorológicos na área de cada evento.

Quanto mais dias sem chuva, maior o risco de queima da vegetação –são incluídos no cálculo também o tipo e o ciclo natural de desfolhamento da vegetação, temperatura máxima e umidade relativa mínima do ar, assim como a presença de fogo.

QUEIMADAS

Da meia-noite de ontem até o fim da manhã de hoje, foram registrados 1.391 focos de incêndios no país. Mato Grosso foi o Estado com maior incidência de queimadas, com 729 focos, segundo o monitoramento do Inpe. Só neste mês de agosto, já são 22.730 pontos de queimadas registrados no país.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o número de focos pode não refletir a gravidade dos incêndios. O ministério destaca que a situação é preocupante em sete regiões: Tocantins, leste de Mato Grosso, oeste da Bahia, algumas áreas do Piauí e de Minas Gerais, Rondônia e no sul do Pará.

Ainda segundo o ministério, cerca de 10 mil pessoas estão envolvidas no trabalho de combate ao fogo, principalmente nas áreas de proteção ambiental. Desse contingente, 3.000 são do Instituto Chico Mendes e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e 7.000 são bombeiros de todo país.

Esta semana, o Ibama já aplicou mais de R$ 4 milhões em multas por queimadas ilegais na região Norte. Em Rondônia, uma pessoa foi presa em flagrante ontem (26) por atear fogo, sem autorização, em uma pastagem. Além da prisão, o infrator recebeu multa de R$ 3,4 milhões.

No Pará, sete proprietários rurais dos municípios de Novo Progresso e Altamira, no oeste do Estado, também foram multados. Eles provocaram queimadas em 724,91 hectares de pastos e florestas em regeneração. Além da multa de R$ 726 mil, o Ibama embargou as áreas.

Segundo o Ibama, a multa por queimada irregular é de R$ 1.000 por hectare em área de pasto e de R$ 5.000 em áreas de conservação, reservas legais ou áreas de proteção permanente. A orientação dos órgãos ambientais é para que não sejam feitas queimadas, mesmo controladas, nesta época do ano. Seguindo essa recomendação, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) proibiu a queima da palha da cana-de-açúcar, que costuma ser feita durante a colheita.

A chamada queima controlada, que era permitida entre às 20h e às 6h, está sob restrição total desde ontem (26) até que a umidade relativa do ar se estabilize em níveis acima de 20%.

FSP