Diálogo e participação são palavras-chave para associados de cooperativas de crédito e investimento

Normalmente, o início do ano é época de fazer “malabarismo” para conseguir pagar todas as contas e impostos que chegam, logo após um período de festas. Mas, para 3 milhões de brasileiros, essa também é a época de decidir os rumos da instituição financeira da qual são sócios – e donos. Eles podem argumentar e ajudar a definir como será o ano da cooperativa de crédito e investimento, em termos de investimentos, ampliações, divisão de sobras (lucro), entre outras iniciativas.

Isso é possível para os associados de instituições financeiras cooperativas como o Sicredi, por exemplo. Com 1.380 agências espalhadas pelo Brasil, é no começo do ano que a máxima: “quem coopera cresce” tem sua melhor representação. Entre janeiro e março, acontecem as assembleias, que reúnem membros da diretoria, colaboradores e associados de cada região para aprovar as contas e projetar o ano que se inicia. Algo que não é possível no modelo tradicional dos bancos que compõem o sistema financeiro do Brasil.

A distribuição de lucro (chamado de sobras no sistema cooperativo) é outro fator importante que demonstra o sucesso desse método. Em 2015, as cooperativas Sicredi disponibilizaram R$ 1,37 bilhão para seus associados, pois, muito mais do que clientes, eles são donos do negócio e podem opinar sobre o destino desse dinheiro.

De acordo com Rejane Farias de Andrade, assessora de Programas Sociais da Central Sicredi PR/SP/RJ, o modelo de gestão participativa é um grande diferencial do Sicredi, enquanto instituição financeira cooperativa. “As assembleias são momentos da maior importância para a cooperativa e para os associados, pois são eles que opinam e decidem a trajetória da organização. A participação de todos é fundamental para que o cooperativismo se concretize como um modelo justo e eficiente, assim como vemos nos resultados do Sicredi a cada ano”, explica.

As reuniões movimentam centenas de pessoas de municípios de Norte a Sul do Brasil. No Paraná, por exemplo, as assembleias chegam a contar com a participação de mais de mil pessoas.