Após enfrentarem nove mil quilômetros de estradas e rotas fluviais rumo ao norte do país em junho de 2009, o empresário do setor de reciclagem Athaides Maeda, 59, e o analista de Sistemas de Telecom Marcos Bonas, 32, estão finalizando o planejamento para uma nova aventura em 2010. A viagem, que a dupla nomeou de Expedição Madeira/Rota 319, terá inicio entre maio e abril do próximo ano, saindo da capital paulista e atravessando, inicialmente, os estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.

Desta vez a Expedição será extensa, serão percorridos mais de 10 mil km, e alguns novos desafios enfrentados, como encarar a lendária BR-319, que liga Porto Velho a Manaus. A viagem será relatada pelo site da Expedição (www.expedicaomadeira.com.br), através de boletins diários com textos, fotos e vídeos. Os relatos também serão postados em uma página do Twitter (@madeiraabaixo). Em 2009, todas as postagens eram feitas em português. Já em 2010, incluirão também o inglês. “Em 2009 percebemos que muitos estrangeiros se interessaram pela viagem, mas não conseguiram acompanhar o que escrevíamos em português. Agora, vamos incluir notas também em inglês”, explica Bonas.

A Expedição de 2010 será feita nos mesmos moldes da anterior – porém com várias novidades implantadas pelos aventureiros. “A Expedição Madeira sempre terá o desafio básico de registrar cultura, geografia, história e costumes dos lugares pelos quais passamos. No entanto, nesta segunda edição teremos um approach um pouco diferente e contaremos inclusive com um terceiro tripulante, o tarimbado fotógrafo holandês Cornell Evers”, comemora Bonas.

Cornell Evers é um assíduo freqüentador de Manaus – já esteve 34 vezes na cidade e produziu diversos trabalhos fotográficos sobre a Amazônia e sua população. “Conhecemos o Cornell no começo deste ano graças à viagem de 2009. Ele achou interessante a idéia da Expedição Madeira e desde então temos conversado bastante sobre esta segunda edição. Ele é um cara muito inteligente, é escritor, excepcional fotógrafo, jornalista especializado em música e tem literalmente viajado o mundo em busca de assuntos polêmicos. Teremos um resultado excelente ao colocar no mesmo balde nossos pontos de vista”, conta Bonas. Para Cornell Evers, o povo amazonense pode dizer muito mais sobre uma Amazônia sustentável, do que qualquer ONG já fez. “Eu quero que o mundo escute a voz da própria Amazônia. Eu acho que a viagem deve ter uma alma brasileira. Embora não seja brasileiro, posso dizer que, depois de muitas viagens, a minha alma é parcialmente amazonense. Meu apelido em Manaus é “O Caboclo Holandês”.” Explica Evers.

De acordo com os aventureiros, a viagem de 2009 teve como objetivo mostrar aos brasileiros um país que a maioria havia esquecido, quebrar os pré-conceitos e trazer informação sobre a região norte do país. Para 2010, os planos são outros. A idéia é contar com uma equipe de apoio e com desafios extremos no meio da selva. “O objetivo é mostrar ao mundo as modificações que estão ocorrendo na região, assim como, traçar um paralelo entre uma Amazônia modificada e uma outra região do país completamente inalterada pelo homem. Conectaremos estas idéias com a mudança global de clima e o quanto uma Amazônia sustentável pode fazer pelas próximas gerações que vivem neste planeta”, explica Maeda.

Revista Ecoturismo