Para os países que não as caçam, como o Brasil, as baleias que chegam ao seu litoral têm um valor que não se mede em toneladas de carne, mas em milhões de turistas e bilhões de dólares. No Brasil, o arquipélago de Abrolhos está entrando em temporada de observação, que vai de julho a dezembro.

No ano passado, mais de 13 milhões de amantes da natureza observaram baleias em 119 países, gerando uma receita de US$ 2 bilhões, informou o ministro australiano da Ecologia, Peter Garret, ante a Comissão Baleeira Internacional (CBI) reunida em Agadir, Marrocos. Há 14 anos, a CBI criou um grupo de trabalho científico dedicado à observação de baleias.

A América Latina é muito ativa neste tipo de atividade: negócios turísticos associados à observação de baleias estão em ascensão de mais de 11% ao ano desde o fim dos anos 90, três vezes mais que a média mundial, conseguindo uma receita de US$ 278 milhões, atraindo um milhão e meio de visitantes.

“Na Península Valdés, na Patagônia argentina, mais de 200 mil turistas vêm ver as baleias entre junho e dezembro”, comenta Roxana Schteinbarg, diretora do Instituto de Conservação de Baleias de Buenos Aires. “Não há necessidade de matá-las para tirar proveito delas.”

Na última quinta-feira, a CBI deu sua autorização para um plano estratégico quinquenal sobre a observação das baleias, cujo objetivo será enquadrar o desenvolvimento desta atividade e reduzir os impactos sobre os cetáceos.

Terra