Inovações do CTBE prometem diminuir compactação do solo e aumentar qualidade da colheita, trazendo um novo conceito de mecanização no campo
A estrutura de tráfego controlado, que promete aprimorar o cultivo da cana-de-açúcar e melhorar a colheita, é o tema da palestra sobre novas tecnologias para a colheita da cultura, que acontece no Simpósio Paulista de Mecanização da Cana, na cidade de Jaboticabal, em São Paulo, nos dias 22 e 23 de fevereiro.
Com o novo sistema, o agricultor trafega apenas com uma máquina em uma porcentagem da área, mantendo grande parte do espaço destinado somente à cultura, sem tráfego de máquinas. Com isso, um novo plantio é viabilizado sem a necessidade de realizar tratos como subsolagem, aração e gradeação. De acordo com Paulo Graziano, professor e pesquisador da Unicamp e do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), esse sistema está dividido em diversos segmentos.
Um deles é a agricultura de precisão, que hoje é pouco utilizada na cultura de cana-de-açúcar. Com essa agricultura, a expectativa é de redução do consumo de fertilizantes, o que é importante para reduzir a contaminação do meio ambiente e custos. Isso permite obter um produto mais competitivo no mercado internacional de etanol — explica Graziano.
Outro segmento é o plantio direto, muito difundido no Brasil, principalmente na parte de cereais. Segundo Graziano, o estado de São Paulo tem, atualmente, mecanizada 70% da sua colheita . Mas que, com a substituição do trator e da colhedora convencional pelo sistema de estrutura de tráfego controlado, obtém-se uma compactação muito menor do solo ao final do ciclo.
Numa colheita, as principais preocupações são com o manejo da área. Quanto mais conseguirmos controlar o sistema de colheita, evitando a compactação do solo, menos danos teremos na hora da colheita. Isso ajuda a aumentar a longevidade do canavial — pontua.
Paulo diz que a manutenção da palha é outro fator que ajuda a viabilizar o plantio direto. Por isso, o CTBE e a Embrapa, já realizam diversas pesquisas em diferentes partes do Brasil, tentando verificar quais são os possíveis entraves tecnológicos para que essa tecnologia se torne disponível. Segundo o pesquisador, essas tecnologias atendem todo o Brasil. Mas no nordeste, devido às condições climáticas e topográficas menos favoráveis, há certa dificuldade no emprego de máquinas e soluções que, algumas vezes, são viáveis no Centro-Sul, mas não são viáveis no Nordeste.
Para mais informações sobre a técnica de estrutura de tráfego controlado, basta entrar em contato com o CTBE através do número (19) 3512-1010
Fonte: portaldoagronegocio.com.br