Em 1986, a Internet era uma palavra que não constava no dicionário e muito menos na vida dos brasileiros (excetos alguns docentes de universidades públicas). A região não dispunha de emissoras de TV regional, as  de rádio eram escassas e os jornais diários se restrigiam à  A Tribuna e ao Cidade de Santos, cuja existência foi interrompida no ano seguinte.

A perspectiva aos estudantes de jornalismo da ocasião, portanto, não era animadora. Mesmo assim, 60 alunos se matricularam no curso de Jornalismo da extinta Faculdade de Comunicação de Santos – Facos em busca de sonhos e objetivos.

Na ocasião, em uma aula do professor Dirceu Fernandes Lopes, um dos mais brilhantes mestres que já tive, surge como convidado o jornalista Jairo Sérgio de Abreu Campos, que falou sobre o seu periódico, o então Jornal do Boqueirão – inspirado nos tradicionais impressos de bairros de São Paulo -, mostrando aos jovens  as dificuldades em ser dono do seu negócio. Ainda mais naquela época, sem as facilidades tecnológicas da atualidade.

No final, as tradicionais perguntas e a esperança de que o veículo empregasse no futuro uma nova safra de jornalistas (na ocasião, todo o jornal, da redação à publicidade, era produzido por Jairo).

Anos depois, voltei a ter contato com o desbravador jornalista, que buscava uma parceria para poder continuar navegando em águas que nem sempre eram calmas.

Novos horizontes começaram a surgir e a possibilidade do Jornal do Boqueirão ganhar corpo começou a se tornar uma realidade até então distante daquele período da palestra em sala de aula. Hoje, o sonho é real.
Por aqui, inúmeros colaboradores passaram nestes 25 anos, hoje empregados em veículos de comunicação de expressão, motivo pelo qual muito nos orgulha. Não bastasse, cerca de 25 pessoas estão envolvidas diretamente e indiretamente na elaboração do produto, em todas suas etapas.

O sonho inicial de Jairo, portanto, ganhou forma e assim o Boqueirão – que incorporou o News, estrangeirismo outrora retirado, mas adotado pelos leitores – começou a gerar empregos e ganhar espaço no hábito de leitura dos santistas e de moradores da região nos finais de semana.

Aos poucos, mudanças estão sendo implementadas para oferecer um produto com ainda mais qualidade e para provar que um jornal gratuito também pode ter qualidade.
Se para alguns o meio impresso caminha para o fim, somos defensores da tese que nada substituirá o jornal em relação ao aprofundamento de um tema. Além disso, quem toma decisões lê jornal.

Chegar aos 25 anos, portanto, nos enche de orgulho. Então, gostaríamos de compartilhar esta data com os leitores, anunciantes e colaboradores, que ajudam a manter um jornal, cuja credibilidade é a sua marca, sua maior referência.

Fonte: www.boqnews.com