Já o Casino, um dos mais importantes acionistas da CBD, não aceita o negócio

Abílio Diniz

Na avaliação do Casino, o empresário Abílio Diniz não respeitou acordo de acionistas (Germano Luders )

O conselho de administração do grupo francês Carrefour divulgou nesta segunda-feira um comunicado em que diz ser favorável à fusão com a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) – razão social do Grupo Pão de Açúcar, que é líder do setor no Brasil. Porém, o também francês Casino, que precisa aprovar o negócio, tem reiterado que não aceita a fusão. Na semana passada, o grupo aumentou em 6,2% sua participação na varejista brasileira, controlando agora 43,1% das ações direta e indiretamente através da Wilkes, holding conjunta com a família Diniz.

O projeto, estimulado pela empresa Gama (veja infográfico com o passo a passo da operação), prevê a fusão dos ativos brasileiros do Carrefour com os da CBD para formar uma sociedade conjunta com partes iguais e uma participação da Gama no Carrefour. “No caso de concretização da operação, o Carrefour aumentaria significativamente sua exposição em mercados em crescimento, o que significaria um aumento de mais de 40% de suas vendas consolidadas no horizonte de 2013”, afirma o texto.

Sinergias – O conselho do Carrefour destaca que a operação criará  valor ao grupo. As sinergias anuais, de acordo com o comunicado, estão estimadas entre 600 bilhões de euros e 800 bilhões de euros. “A entidade resultante da fusão se beneficiaria do conhecimento do Carrefour e do CBD sobre o formato de hipermercados, da posição forte do CBD no segmento de supermercados e da liderança do Carrefour em ‘cash & carry’. A companhia também seria líder no mercado de rápido crescimento para aparelhos domésticos por meio das marcas Ponto Frio e Casas Bahia”, diz o documento.

O texto explica, no entanto, que a decisão do conselho de administração do Carrefour está condicionada à aprovação por parte da CBD da proposta da Gama e da aprovação final do conselho de administração do BNDES e de seu compromisso, já que o banco estatal brasileiro deve participar no financiamento da operação. O BNDES pode contribuir com mais de 4 bilhões de reais para uma eventual fusão entre as redes de varejo.

Casino – O Casino respondeu à declaração, também nesta segunda-feira, em um comunicado: “o Carrefour e seus administradores comprometem sua responsabilidade ao aceitar, apesar das advertências, uma operação iniciada de maneira hostil e levada adiante com negociações ilegais”.

(com Agence France-Presse e Agência Estado)

 

Fonte: VEJA