Por AE

São Paulo – A Rakuten, gigante japonesa do comércio eletrônico, planeja iniciar a operação de seu shopping virtual no Brasil em novembro. Hiroshi Mikitani, seu presidente e fundador, visita o País para se encontrar com a equipe local e com varejistas brasileiros, preparando o lançamento.

?Teremos um ?soft launch? em novembro e uma grande inauguração no ano que vem?, disse o executivo, quinto homem mais rico do Japão. Em junho, a Rakuten anunciou a compra de 75% da brasileira Ikeda, por um valor não divulgado. A Ikeda presta serviços de comércio eletrônico para grandes varejistas, como Ri Happy, Videolar, Cobasi, Etna e Le Postiche.

Esta é a segunda visita de Mikitani ao Brasil. A primeira havia sido há um ano e meio, quando conversou com Ricardo Ikeda, fundador da companhia que leva o seu nome, e com outros possíveis alvos da aquisição.

E por que a Rakuten decidiu investir no Brasil? ?Por vários motivos?, afirmou Mikitani. ?A economia brasileira está crescendo bem rápido. A internet está se tornando mais popular. A banda larga e o comércio eletrônico estão crescendo também. O mercado brasileiro está para se tornar um dos maiores mercados do mundo.?

O negócio da Ikeda, de oferecer serviços para varejistas grandes e médios, é bem diferente do da Rakuten, que opera um grande shopping virtual. A expectativa de Mikitani, no entanto, é alavancar os negócios locais por meio do relacionamento que a Ikeda já possui com os lojistas brasileiros.

?No longo prazo, a operação pode ser tão grande quanto a do Japão, que movimenta R$ 30 bilhões em transações por ano?, disse Mikitani. ?No curto prazo, temos de ser realistas. Por causa do relacionamento da Ikeda com varejistas médios e grandes, acredito que teremos um bom começo.?

A expectativa é de ter 270 lojas em seu shopping virtual brasileiro até o fim do ano. No Japão, são mais de 37 mil lojas. Dependendo de como se analisa o mercado, segundo o presidente da Rakuten, a empresa tem cerca de 25% de participação no comércio eletrônico japonês.

A Ikeda tem cerca de 120 clientes de comércio eletrônico. Para dar conta da nova operação, a Ikeda (que vai mudar o nome para Rakuten) tem enfrentado um crescimento acelerado. Antes da aquisição, a empresa tinha 75 funcionários. Em um ano, a expectativa é contratar mais 100 pessoas.

Diversificação. Mikitani afirmou que estuda levar os serviços prestados pela Ikeda no Brasil para seus clientes no Japão. ?Seria um caso de sinergia reversa?, disse o executivo.

Há um ano, a companhia começou um movimento de internacionalização, com a compra de empresas no exterior, incluindo a Ikeda. ?Um dos passos da internacionalização foi a adoção do inglês como língua padrão da companhia?, disse Mikitani. ?Nossas pessoas de comércio eletrônico podem ensinar bastante da nossa experiência para o Brasil, por exemplo. Antes disso, não poderiam se comunicar diretamente.?

Atualmente, cerca de 10% das transações da empresa são geradas fora do Japão. A expectativa é chegar a 2015 com 50% delas sendo feitas fora do país. A Rakuten está presente, além do Japão e do Brasil, no Estados Unidos, França, China, Tailândia e Indonésia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Fonte: VEJA