O recém-criado MIT Portugal Energy Club quer fazer pontes entre os mundos académicos e empresarial e promover a interacção e a discussão sobre os temas da energia. A equipa de Gonçalo Mendes – um dos co-fundadores do grupo – está já a trabalhar numa série de workshops e seminários que irão centrar-se na discussão.Em que contexto surge o MIT Portugal Energy Club?

Surge de um diagnóstico da realidade portuguesa, em que é gritante a falta de interacção no próprio meio académico, nas empresas, e entre os dois mundos. Na investigação, por exemplo, as pessoas trabalham lado a lado e não sabem o que cada uma está a fazer, existe um tabu em partilhar a informação. E a produção científica poderia ser muito superior se existisse um espírito de partilha e se fossem unidos esforços. Essa é uma das grandes dinâmicas que pretendemos implementar: uma cultura de grupo no meio académico, e resolver o problema gritante e crónico que é a falta de ligação às empresas. Desenvolvemos a teoria de que falta um meio transmissor que faça a ponte entre as duas realidades, e o facto de termos tido uma empresa que nos pediu ajuda no sentido de captar investigadores foi a validação da nossa premissa.

Que feedback têm recebido da academia e das empresas?

Fizemos a apresentação pública na Expo Energia e já recebemos um feedback interessante de uma série de empresas. Temos já parcialmente definida a estrutura e ao longo de Janeiro iremos oficializar os órgãos dirigentes e trabalhar nos eventos que já estão programados. São eventos out of the box, centrados quase exclusivamente na discussão, eventos muito dinâmicos com um foco nacional. Também teremos um evento cujo objectivo é atrair empresas para um show case de trabalho científico de alta qualidade e altamente direccionado.

Que tipo de financiamento terá o MIT Portugal Energy Club?

Vamos concorrer ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Também já abordámos um conjunto de empresas que estão dispostas a patrocinar e já garantiram o apoio. A nossa primeira parceria oficial é com o MIT Portugal, que dá apoio logístico e eventualmente iremos associar-nos ao EnergyIn, no sentido de ter um pólo disseminador. Iremos arrancar com cerca de 50 pessoas e neste momento estamos no Instituto Superior Técnico, mas há a possibilidade de alargar a iniciativa a Coimbra e Porto. Anda não temos sede oficial.

Autor / Fonte

Diana Catarino

fonte: Portal Ambiente Online