MARTÍN FERNANDEZ

Há ingressos pelos os quais vale a pena pagar. Por 40 libras (R$ 127,00), dava para sentar pertinho do campo, cornetar o técnico da seleção, arrumar autógrafo de jogador e ainda ver o show de Neymar.

O camisa 11 deu duas assistências (uma delas de calcanhar) e fez um golaço na vitória de virada da seleção.

O Brasil bateu Belurus por 3 a 1, no espetacular estádio Old Trafford, casa do Manchester United, quase lotado, com 66.212 pagante, num jogo em que o público também foi protagonista.

O time nacional chegou a seis pontos no Grupo C e se classificou com uma rodada de antecipação para as quartas de final do torneio Olímpico de futebol.

Só precisa de um empate contra a Nova Zelândia, na quarta-feira, em Newcastle, para ser o primeiro da chave.

A vitória sobre Belarus ontem não foi tão fácil quanto o resultado pode fazer parecer.

Os gigantes rivais (média de 1,86 m) abriram o placar aos 8 min, justamente com um gol de cabeça, anotado por Renan Bressan, brasileiro naturalizado bielorrusso.

O Brasil construiu a virada com paciência, virtude que faltou na estréia ante o Egito.

Jogando dessa vez do lado esquerdo, Neymar era ponto de passagem obrigatória para a bola em todo ataque.

De seus pé direito partiu o cruzamento perfeito para a cabeçada de Pato, que ganhou a vaga de Leandro Damião e virou titular: 1 a 1.

Veio o segundo tempo e, enquanto a seleção demorava para virar o jogo, a torcida se fazia ouvir. Inclusive pelo banco de reservas da seleção.

No Old Trafford, como em outros estádios ingleses, o banco não fica no gramado, mas na primeira fila das arquibancadas. O contato com os torcedores é total.

“Teve gente que pediu autógrafo, e a gente deu vários, em camisa, pôster, revistas”, contou Lucas, ao fim do jogo.

Teve também quem aproveitou a proximidade para reclamar. Em pelo menos duas oportunidades, o treinador levantou, virou para o público e gesticulou, a palma das mãos viradas para baixo.

“Queriam que tirasse um jogador, pedi calma”, contou Mano. “Esta seleção está sendo merecedora de carinho”.

De fato, em campo, o time melhorou no segundo tempo. Correu  menos riscos, criou mais chances e contou  com mais uma jornada inspirada de sua principal estrela.

De falta, aos 20min, o camisa 11 cravou a bola no ângulo do goleiro adversário. “Peguei bem na bola”,  resumiu o atacante do Santos.

O melhor estava por vir. No última lance, Neymar deu uma de suas arrancadas, balançou na frente dos zagueiros e deu de calcanhar para Oscar, recém-contratado por um inglês, o Chelsea, fazer o terceiro com chute perfeito.

O árbitro imediatamente apitou o final da partida, e não poderia haver nada melhor para se ver ali mesmo.