O presidente, Michel Temer, assinou ontem, no Palácio do Planalto, a ratificação do Acordo do Clima, que sela o compromisso do País pela baixa emissão de carbono. Com isso, o Brasil torna-se o terceiro grande emissor a confirmar a participação no tratado, transformando suas intenções em compromissos oficiais. O pacto mundial firmado por mais de 190 países no final do ano passado na Conferência do Clima em Paris tem com o objetivo mitigar as mudanças climáticas e conter o aquecimento global, primando pela baixa emissão de carbono e estimulando os países a adotarem políticas que permitam manter a diferença abaixo de 1,5°C em relação ao período pré-industrial.
Para Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) o setor brasileiro de árvores plantadas terá papel fundamental no cumprimento das metas brasileiras. “Para uma nova economia de baixo carbono, a solução passa pelas florestas plantadas. O setor teve papel relevante na definição e aprovação das propostas, mas será ainda mais importante para que sejam atingidos estes resultados. Com uma base 100% renovável, estima-se que o potencial de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas é diretamente proporcional à capacidade de criação e aproveitamento de mecanismos de mercado de carbono; e as políticas públicas integradas e coordenadas. Estima-se, por exemplo, que os 7,8 milhões de hectares de área de plantio florestais no Brasil são responsáveis pelo estoque de aproximadamente 1,7 bilhão de toneladas carbono equivalente. Além das remoções e estoques de carbono das árvores plantadas, o setor gera e mantém reservas de carbono da ordem de 2,48 bilhões de toneladas de CO2eq e em 5,6 milhões de hectares na forma de Reserva Legal (RL), Áreas de Proteção Permanente (APP) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN)”.
“A partir de agora, é essencial implantar algumas das políticas que consideram a biomassa como um produto de carbono neutro, quando obtida por meio do manejo sustentável, e reconhecer todas as contribuições positivas das florestas e seus produtos, como celulose, painéis de madeira e pisos laminados, para atingir a meta proposta” complementa Elizabeth.
A Ibá, junto com suas associadas, agentes econômicos, líderes mundiais e representantes da sociedade civil contribuiu para a definição e aprovação das propostas concretas com compromissos ambiciosos, como a redução das emissões dos gases do efeito estufa (GEE) em 37% até 2025, e em 43% até 2030, em relação a 2005; a restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares de florestas até 2030, para fins múltiplos; incentivar a integração de culturas, florestas e pecuária em 5 milhões de hectares, reforçar e fazer cumprir a implementação do Código Florestal; desmatamento ilegal zero em 2030; aumentar a quota de biocombustíveis sustentáveis no cabaz energético brasileiro para cerca de 18% até 2030; setor de energia: alcançar 45% de energias renováveis no cabaz energético até 2030.
SOBRE A IBÁ
A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) é a associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas, do campo à indústria, junto a seus principais públicos de interesse. Lançada em abril de 2014, representa 60 empresas e nove entidades estaduais de produtos originários do cultivo de árvores plantadas – painéis de madeira, pisos laminados, celulose, papel, florestas energéticas e biomassa -, além dos produtores independentes de árvores plantadas e investidores institucionais. Saiba mais em www.iba.org