A última sexta-feira, 7 de outubro, marcou em todo o Brasil um prazo fatal para aqueles que pretendem disputar as eleições municipais em 20l2, para a realização de mudanças e filiações partidárias de acordo com a lei eleitoral vigente.
Assistimos um verdadeiro festival de trocas de partidos novos e velhos, gente da direita indo para a esquerda e vice-versa, espectros ideológicos dos mais distintos se confundindo e estatutos partidários, e objetivos dos partidos ao que parece virou letra morta da lei.
Os políticos brasileiros em sua maioria parecem que não têm mais compromissos com as razoes filosóficos da criação de cada partido, a base da sustentação da democracia, coisa que não se vê, por exemplo, em velhas democracias como os EUA, onde um sujeito nasce, vive e morre democrata. Na Europa e EUA, quem nasceu flamenguista, nunca vai mudar para o Fluminense, nem corintiano,virar santista ou palmeirense.
Aqui no Brasil, os interesses pessoais e os carismas de cada um sobrepujam toda a base estatutária e filosófica dos partidos políticos, que são meras plataformas de interesses para cumprir a determinação legal e neste diapasão, não demorara muito para que se aprove lei onde cada um vai disputar eleições sem precisar de partido, bastando tão somente apresentar o título de eleitor e sua disposição. Ideologia partidária é coisa do passado, infelizmente para a democracia e seu aperfeiçoamento.
Estas razões moveram meu compromisso cada vez mais solido de não deixar as hostes partidárias do Partido Verde, onde estamos filiados há quase sete anos, partido pelo qual disputamos eleições e para manter a fidelidade nos manteremos ativos, mesmo com incontáveis convites de outros partidos para disputar eleições em Santos, tanto para à Câmara municipal quanto para a Prefeitura.
Preferimos correr o risco de ganhar ou perder a convenção partidária para indicação dentro do nosso PV, a ter que disputar eleições por outras siglas que não contenham o desejo sincero de expor as plataformas ideológicas, consubstanciadas em cidades, construções e arquiteturas sustentáveis; e energias renováveis, economia criativa que são nossas bandeiras de luta e principais plataformas do Partido Verde do Brasil, com todos os seus defeitos e virtudes.
Lamentamos mais uma vez que grandes nomes de gente honrada como a ex presidenciável Marina Silva, Guilherme Leal, Ricardo Young, Fabio Feldman, ambientalistas de nomeada respeitabilidade, tenham deixado nossa liga Verde para ficar sem partido, ao léu, e ao que parece que poderiam estar brigando e lutando dentro do PV para expor as idéias e tentar avançar e amadurecer o partido.
Neste emaranhado de nomes e trocas apareceram ex- participantes de reality shows, palhaços, artistas, políticos profissionais, e o PSD de Gilberto Kassab, ao que tudo indica, deve ser o maior alavancador de trocas partidárias em 20ll, onde até Henrique Meirelles de grande envergadura moral, migrou de um lado para outro.
A sustentabilidade partidária é base de uma fidelidade partidária e vice-versa.
Jornal e Revista
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Hércules Góes, advogado e jornalista ambiental, fundador do Jornal e Revista Ecoturismo; presidente dos Fórum Permanente de Sustentabilidade do Litoral Norte e da Amazônia; disputa a pré-candidatura do Partido Verde a Prefeitura de Santos, litoral paulista, em 2012.