Após dois meses de uma aguda crise política, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), foi preso e afastado de suas funções ontem por determinação do Superior Tribunal de Justiça. É a primeira vez que um governador tem a prisão decretada em decorrência de um escândalo de corrupção após a redemocratização do país.

Ao mesmo tempo, a Procuradoria-Geral da República requisitou a intervenção da União no DF. A prisão vem na esteira da investigação do chamado mensalão do DEM, em que Arruda, o vice-governador, Paulo Octávio (DEM), políticos e empresários são investigados sob acusação de caixa dois e distribuição de propina. A prisão decorreu da denúncia de que Arruda tentou subornar uma testemunha do caso. O governador, que sempre negou todas as acusações, afirma que não houve a suposta tentativa. Em carta, Arruda diz ser vítima de campanha difamatória. Ele se entregou e ficará preso na sede da Polícia Federal. Seus advogados entraram com um pedido de habeas corpus.

Folha de São Paulo