Foto: EFE
Mal desponta o sol em Guanacaste, no Pacífico norte da Costa Rica, e cerca de 200 animais africanos, como girafas, zebras, antílopes, dromedários, avestruzes e gnus, esperam ansiosos o café da manhã.
Estão a milhares de quilômetros de distância do que deveria ser seu lar, mas eles ignoram. A paisagem é parecida à savana africana, e isso, além dos cuidados especializados que recebem, parece ser suficiente para levarem uma vida prazerosa nas planícies do país centro-americano. É nos 100 hectares do zoológico Minha África, aberto há cinco anos, que convivem espécies exóticas africanas com outras nativas americanas, como macacos, cutias e o veado-de-cauda-branca, símbolo nacional da Costa Rica.
Para Roxi, a primeira girafa nascida na América Central, o pampa e o calor seco do Pacífico norte, assim como as árvores de figo, em lugar das acácias, são seu habitat natural, o único que conheceu em seus quase três anos de vida. A particularidade deste parque não é apenas a manutenção destes animais, mas o fato de ter se transformado em um lugar altamente bem-sucedido para a reprodução.
A veterinária Tania Pivovarova, encarregada do cuidado dos animais do zoológico, explicou que a cada ano nascem no Minha África entre 30 e 40 animais. Em 2011, o zoo já ganhou um dromedário e um antílope, enquanto Papoula, outra girafa, está no cio. O que começou como um projeto com menos de 30 animais abriga atualmente 211, por isso é possível falar de zebras, girafas, dromedários e antílopes costarriquenhos.
Para o biólogo Rónald Quesada, este “baby boom” africano demonstra as boas condições nas quais estes animais vivem. Os dias de Roxi e seus companheiros transcorrem com relativa tranquilidade: têm alimento e água suficiente, espaço para correr e brincar, e suas vidas quase não correm perigo pois no parque não há animais carnívoros.
A única interrupção cotidiana são os turistas, tanto nacionais como estrangeiros, que chegam ao lugar para conhecer os animais e, a bordo de um jipe estilo safári, os fotografam e tentam alimentá-los com cenouras ou algum outro alimento de sua preferência para que se aproximem e obtenham uma foto inesquecível.
Tania comenta que, embora o parque tente se aproximar ao máximo das condições naturais africanas, com terrenos planos, secos e temperatura parecida (média superior a 25°C durante todo o ano), além de uma estação seca e outra chuvosa bem definida, há algumas diferenças, como a vegetação que serve de alimento aos animais, apesar de não terem sido registrados problemas com esta dieta. A saúde dos animais é vigiada constantemente e é feito um estrito controle sobre a água e a comida, para evitar qualquer doença.
De fato, os encarregados do zoológico garantem que a maior preocupação são as brigas entre machos pelas fêmeas. “Como aqui não têm que competir por alimento não temos problemas nesse aspecto. Para facilitar o manejo quanto ao território, como norma geral, os separamos entre animais com chifres e sem chifres”, detalhou Quesada.
“Os principais acidentes que tivemos foram por chifradas durante as brigas. Temos que ser muito cuidadosos porque uma falha pode causar uma morte”, reconheceu, por sua parte, a veterinária. Minha África fica a cerca de 200 quilômetros de San José, a aproximadamente 4h de carro, e seu objetivo é recriar as condições dos famosos safáris africanos, algo que tem conseguido com bastante sucesso.
Guias especializados dirigem os Off-Road pelas “savanas particulares”, onde os animais mais tímidos como os gnus correm em bando pelo barulho do motor, enquanto outros mais curiosos, como girafas e antílopes, se aproximam para observar os visitantes. Além de uma atração turística, em cinco anos de existência este zoológico se transformou em um criadouro importante de espécies africanas na América Central.
fonte: Terra