Lançado em abril no Brasil, “As Filhas Sem Nome” (Companhia das Letras), da autora chinesa Xinran, debruça-se sobre a realidade de três meninas nascidas na zona rural, onde é mais importante ter um filho homem. Três, Cinco e Seis –nomeadas como números pelo pai– mudam sua história, porém, quando partem para a cidade de Nanjing. Ali, conquistam empregos, entram em contato com outros costumes e percebem que estão longe de ser frágeis.

A trajetória das personagens, apesar de fictícia, é inspirada em mulheres que Xinran conheceu ao longo de suas andanças por seu país-natal. Ela reflete o abismo cultural entre as cidades e o campo chinês –enquanto a metrópole lida com a chegada do fast-food e do consumismo, a zona rural convive com a miséria e hábitos arcaicos, como usar latrinas para as necessidades fisiológicas.

As páginas de “As Filhas Sem Nome” permitem ainda conhecer o território da China, bem como sua culinária e costumes. Um mapa, ao final do livro, ajuda a se localizar.

(Trad. Caroline Chang, 296 páginas, R$ 45)

FSP